Começa nesta sexta — dia de São João — a festa dedicada ao santo em São João do Itaperiú, no Norte do Estado. Até domingo, estão confirmadas missas, bailes, shows e a grande atração das comemorações, tanto em tamanho quanto em apelo para os visitantes: a fogueira de 30 metros de altura. A expectativa dos idealizadores é de que nestes três dias a cidade receba cerca de 35 mil turistas, quase 10 vezes o número de habitantes locais.

Continua depois da publicidade

Veja lugares para curtir as festas juninas em Santa Catarina

Leia mais sobre o Estilo de Vida em Santa Catarina

Segundo o prefeito Rovâni Dalmonego (PSD), a festa junina do município é a maior de Santa Catarina. Se não for, certamente é das mais tradicionais, com cem anos de história. Sua origem remonta a 1916, quando o italiano João Baptista Dal Ri se mudou para o então distrito pertencente a São Francisco do Sul. A devoção ao santo o imigrante já trazia no nome, faltava apenas a igreja para louvá-lo.

Continua depois da publicidade

— Então ele trouxe de São Paulo uma imagem de São João para que a comunidade fizesse uma festa em sua homenagem e, com o dinheiro, construísse uma capela — explica o prefeito.

Deu tão certo que o santo se tornou o padroeiro da vila, emancipada em 1992 — e a pequena celebração cresceu junto com as dimensões da fogueira. Nesta edição, para montá-la foram necessários sete dias e 60 metros cúbicos de madeira de reflorestamento. Não à toa, o ponto alto dos festejos ocorre no sábado à noite, quando ela será acesa ao final de 12 minutos de espetáculo pirotécnico.

Conforme o prefeito, somente em fogos de artifício foram gastos R$ 30 mil e a produtora responsável pelos shows investiu R$ 180 mil. Exceto as apresentações musicais no centro de eventos, todas as atrações são gratuitas.

Continua depois da publicidade

— A fogueira fica queimando até quase segunda-feira, se quiser dá para assar umas costelas nas suas brasas no domingo — diverte-se Dalmonego.

Bruno Gissoni foi um dos destaques do Arraiá da Shed, em Balneário Camboriú

Dicas de receitas e decorações para as festas de São João

Sorteio decide quem acende a fogueira

Outro evento bastante concorrido é realizada há mais de 60 anos em Grão Pará, no Sul catarinense. Os organizadores também a anunciam como a maior das redondezas, embora sua fogueira seja um pouco mais baixa do que a similar itaperiuense: 25 metros. De acordo com o coordenador do Conselho para Assuntos Econômicos e Pastorais da paróquia de São João Batista, Alberto Ranacoski, até domingo são esperadas 25 mil pessoas, quase o quíntuplo da população do município. Somente no sábado, a previsão é de que 10 mil vejam a estrutura ser consumida pelas chamas.

— A gente faz uma rifa a R$ 30 o bilhete para sortear quem irá acendê-la. Alguém ateia fogo no pé da fogueira e, para o topo, é disparado um tiro eletrônico. Depois, há 15 minutos de fogos de artifício — diz ele.

Continua depois da publicidade

Como de praxe, além da fogueira a programação inclui shows, bailes, desfiles — a rainha da festa será eleita hoje — e, claro, muita comida típica. Em paralelo, a cidade promove a Expofeira São João, com participação das empresas da região.

Veja os eventos do final de semana em Santa Catarina

Você conhece os símbolos da festa junina?

As festas juninas têm identidade diferenciada de acordo com os Estados, mas alguns símbolos estão presentes e são conhecidos em todos os cantos do Brasil. Você sabe o que eles significam?

A dança

A mais comum é a quadrilha, uma variação de origem europeia da contradança, em que uma fila de casais bailam trocando as duplas. O roteiro, baseado em termos derivados do francês, é ditado pelo “marcador”: changê (troca de par), anarriê (a fila dá meia-volta) e balancê (balançar o corpo).

Continua depois da publicidade

Casamento

Formado pela noiva grávida, o noivo bêbado, o pai da noiva, o padre, o delegado, padrinhos e madrinhas. Na encenação, o noivo resiste a casar e é ameaçado pelo futuro sogro, com o reforço do delegado.

Balões

Já foram mais tradicionais, lançados ao céu com mensagens e pedidos aos santos. Desde 1965, devido à lei que proibiu soltá-los por causa do risco de incêndios, têm função apenas decorativa

Fogueira

Vem das celebrações do solstício de verão na Europa e estava associada à fertilidade e à proteção. Mais tarde, a Igreja a ressignificou, associando-a ao nascimento de São João Batista, quando a mãe do santo teria acendido uma fogueira para avisar a prima que havia dado à luz.

Continua depois da publicidade

Bandeiras

O costume era, além dos mastros, fixar bandeiras com a imagem dos santos nos locais da festa. As bandeirolas que vemos hoje têm o mesmo formato e também servem para abençoar os presentes.

Comidas típicas

Alimentos feitos à base de milho dominam a mesa nas festas juninas: pipoca, pé de moleque, pamonha, bolo de fubá, canjica. No Sul, não pode faltar também o pinhão. Para beber, o quentão.