O Comitê Olímpico Brasileiro (COB) garante que a festa de encerramento dos Jogos Pan-americanos do Rio de Janeiro será diferente, mas tão bonita quanto a de abertura. A cerimônia ocorre neste domingo, com início previsto para as 17h, e mais uma vez é cercada de mistério.
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Ninguém pode contar detalhes. Mas, numa festa que envolve mais de três mil pessoas, entre artistas e equipe de produção, é difícil manter o sigilo. De acordo com a carnavalesca Rosa Magalhães, diretora de arte do espetáculo, 15 cantores irão se revezar num palco montado no Maracanã.
A expectativa é que 2,5 mil dançarinos e bailarinos brasileiros dividam os holofotes com 120 artistas mexicanos – o próximo Pan é em Guadalajara, no México, em 2011.
Lula mandou avisar que não vai. O presidente foi vaiado na cerimônia de abertura dos jogos, no dia 13, e não fez uma declaração conforme o protocolo. No encerramento, ele pode ser representado pelo vice-presidente, José Alencar.
Se na abertura a cultura brasileira desfilou pelo gramado do estádio representada por alegorias enormes e coreografias, agora a idéia é fazer o público dançar. Vai ter de tudo um pouco no palco do Maracanã durante as duas horas previstas para o encerramento do Pan.
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O começo é bem carioca: o funk do DJ Marlboro e da cantora Fernanda Abreu vai dominar o estádio. Depois, virão a bateria da Beija-Flor, a cantaroa Elza Soares, a atriz e cantora Thalma de Freitas, o DJ Nego Moçambique, o pernambucano Lenine, Arnaldo Antunes, Ana Costa e a neta de Dorival Caymmi, Alice, de 16 anos.
Tem até atração internacional. É a cantora Yusa, da nova música cubana. Foi ela quem produziu o CD Lenine Incite. O uruguaio Jorge Drexler, que ganhou o Oscar de melhor canção com Al otro lado del rio, do filme “Diários de motocicleta”, do brasileiro Walter Salles, teve que cancelar sua participação na festa. Não conseguiu vaga em nenhum vôo.
– A cerimônia de abertura foi mais visual, esta agora será mais musical – definiu Luiz Stein, que divide a direção artística da festa com a carnavalesca Rosa Magalhães.
Mais uma vez, os organizadores pedem ao público que vá vestido de branco para ajudar nos efeitos programados. O espetáculo trará novas coreografias e vai misturar ritmos, combinando a música brasileira com toques da música mexicana, em alusão à sede da próxima edição dos Jogos, em Guadalajara, em 2011.
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Um espetáculo de fogos de artifício vai encerrar a cerimônia. O foguetório vai ser mais intenso do que o da festa de abertura. Tanto que os organizadores pedem que os pais levem pedaços de algodão para proteger os ouvidos das crianças.
A intenção da empresa responsável pelos fogos, a mesma que faz o réveillon na Praia de Copacabana, é iluminar o estádio. E a pira será apagada mas vai continuar no Maracanã, como uma bela lembrança dos Jogos Pan-Americanos do Rio. Um grande revezamento musical com cantores e DJs fechará a festa
– A competição acabou, será um momento de relaxamento, de confraternização – explicou Luiz Stein.
Os atletas vão mostrar bem este clima. Entrarão todos misturados, sem separação por países. O diretor musical Alê Siqueira também quer misturar ritmos, sem preconceitos.
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– A idéia é apresentar tudo que o Brasil tem – contou.
O momento funk da festa vai ter até um grupo de dançarinas. As meninas pediram para usar shortinho, bem curtinho, como fazem nos legítimos bailes funks da periferia carioca. Mas o traje foi vetado. Vão estar todas de barriga de fora e calça jeans bem justinha.
O menino baiano Kainã do Jeje, de 12 anos, que na festa de abertura tocou rum, instrumento típico do candomblé, acompanhado por 1500 ritmistas, também vai voltar ao palco no encerramento.
Todo roteiro da festa está preparado há meses, mas os diretores decidiram fazer uma modificação. Vão homenagear as vítimas do acidente da TAM, ocorrido em Congonhas, São Paulo, durante o Pan.