O mercado de flores deve movimentar cerca de R$ 8 bilhões neste ano no País, com crescimento de 7% a 8% em relação ao alcançado no ano passado, segundo projeções do Instituto Brasileiro de Floricultura (Ibraflor). E este bom resultado no setor tende a respingar em Joinville, que carrega o título de ‘Cidade das Flores’ mantendo cerca de 210 hectares de área plantada e produção anual de 1,2 milhões de mudas de flores e plantas ornamentais, contabilizadas pela Epagri.

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Beleza das Flores e preços atrativos ganham consumidores na Festa das Flores

Somente nesta semana, do dia 13 até amanhã (domingo), considerando a comercialização de flores, mudas e produtos multissetoriais durante a 80ª Festa das Flores – principal evento do setor no Sul do Brasil e que chega a receber 100 mil visitantes na Expoville – o volume global de vendas deve atingir a casa de R$ 5 milhões. A estimativa é da Agremiação Joinvilense de Amadores de Orquídeas (Ajao), promotora do evento em conjunto com a Prefeitura de Joinville.

Fora a perspectiva de faturamento interno da festa, há ainda expectativa de reversão de resultados em outros setores do município. Vanessa Venzke Falk, presidente do Joinville e Região Convention & Visitors Bureau, associação de mercado com o propósito de fomentar a cadeia produtiva do turismo, aponta que a geração de negócios na cidade acaba envolvendo diversos setores e cresce em média 15% a cada ano no período em que acontece o evento.

— Embora ainda não haja um levantamento específico que indique essa movimentação econômica no todo, o que se percebe é que nos últimos anos o setor da hotelaria, por exemplo, é um dos que vem apresentando aumento na movimentação durante o período em que acontece a Festa das Flores. Também sentimos o aumento no número de excursões que chegam à cidade para participar da Festa das Flores — avalia.

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Essa tendência também é sentida por Raulino Schmitz, presidente do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Joinville. Ele destaca que na rede hoteleira, composta por 6,5 mil leitos, a ocupação nesta época beira a totalidade. Já nos estabelecimentos de alimentação, em especial, na região central e nos arredores da Expoville, o aumento de clientes varia entre 20% e 30% no comparativo com uma semana normal de atendimento.

Apesar da alta, no entanto, Raulino aponta que muitos dos visitantes são de cidades próximas e acabam voltando do passeio no mesmo dia, centralizando os gastos na área de gastronomia e de plantas do próprio evento.

— Temos observado que a venda de mudas está enorme este ano. Antigamente eram muito caras e hoje os preços baratearam e também há mais ofertas, então as pessoas saem da exposição com as mãos cheias de sacolas de mudas e plantas. E o interessante é que esse cultivar acaba impactando não só o mercado como também, quando as flores florescem tornam a cidade mais vibrante e bonita — considera.

Setor em SC segue ritmo nacional

No Brasil o setor de floricultura mantém cerca de 200 mil empregos diretos, oito mil produtores e oito mil distribuidores. Santa Catarina é representativa no País no que tange as produções provenientes da agricultura familiar, com áreas plantadas em terrenos de, em média, três hectares (ha). São 1,6 mil hectares e 550 produtores em solo catarinense, cerca de 80 deles em Joinville.

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— O setor de floricultura está em crescimento e Santa Catarina entra forte nesse contexto, até pelo clima favorável. Temos no Estado o que se chama de triângulo das flores, que reúne os maiores produtores do Estado: Biguaçu, na Grande Florianópolis; Rio do Sul e Laurentino, no Vale, e Corupá e Joinville, no Norte. Juntas essas três regiões produtoras representam 70% da produção de flores e plantas ornamentais estaduais — salienta Onévio Zabot, engenheiro agrônomo da Epagri.

Em contrapartida, ainda há desafios a serem vencidos, o principal dele no que diz respeito às exportações. Há uma tentativa do produtores de buscar o mercado externo, mas devido a uma séries de normativas é necessário haver clareza e desburocratização para que negócios externos sejam efetivados.