A Fertilização In Vitro (FIV) é uma das técnicas da medicina reprodutiva que vem revolucionando o mundo, e ficou conhecida em 1989, com o nascimento de Louise Brown, na Inglaterra – o primeiro bebê de proveta do mundo. O tratamento tem proporcionado para milhões de homens e mulheres a chance de realizar o grande sonho de construir uma família.
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O tratamento consiste em realizar a fecundação do óvulo com o espermatozóide em ambiente laboratorial. Dessa forma, os embriões são cultivados em uma incubadora, e posteriormente são selecionados e transferidos para o útero da paciente.
É um dos procedimentos mais indicados para quem não consegue engravidar de forma natural ou com outras técnicas de menor complexidade, pois trata-se de um tratamento seguro e que apresenta grandes taxas de sucesso.
Para quem é indicada a Fertilização In Vitro?
A Fertilização In Vitro é muito indicada para mulheres que apresentam alterações ginecológicas com problemas de ovulação ou que têm dificuldade no deslocamento dos óvulos pelas trompas de falópio.
Além disso, o procedimento também é uma grande alternativa para mulheres com idade avançada, pessoas com dificuldade de engravidar, casais homoafetivos ou com uma condição genética que pode ser passada ao bebê.
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Confira abaixo as principais indicações da Fertilização In Vitro:
● Comprometimento total ou parcial das trompas;
● Idade avançada da mulher;
● Distúrbios na ovulação;
● Endometriose;
● Falência ovariana;
● Infertilidade sem causa aparente;
● Baixa contagem de espermatozoides;
● Problemas de motilidade ou morfologia nos espermatozoides;
● Ausência de espermatozoides na ejaculação;
● Para casais homoafetivos que desejam ter filhos biológicos;
● Quando os tratamentos de baixa complexidade não são efetivos;
● Produção independente;
● Casais com doenças genéticas;
Taxas de sucesso da FIV
A Fertilização in Vitro têm altas taxas de sucesso se comparado a outros métodos de reprodução assistida, como a Inseminação Artificial ou Coito Programado.
No entanto, as chances do tratamento dar certo estão diretamente relacionadas à reserva ovariana, ao número de óvulos coletados, a receptividade endometrial, entre outras causas que levam à infertilidade. Porém, um dos principais fatores ainda é a idade da paciente.
Sabe-se que com o passar dos anos a mulher vai perdendo a quantidade e a qualidade de óvulos. Por essa razão, a chance de sucesso de uma Fertilização in Vitro, com óvulos próprios, também cai consideravelmente à medida que a idade avança.
Com 40 anos, a chance de gestação é entre 20 e 30%, declinando rapidamente a partir dessa idade. Já aos 45, a chance de sucesso no tratamento com óvulos próprios é de menos de 1%. E aos 47, a possibilidade de se ter embriões aneuploides (que apresentam alterações no número de cromossomos) aproxima-se de 100%.
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Para as mulheres que desejam postergar a maternidade, a indicação é o congelamento de óvulos, preferencialmente o mais jovem possível, pois a idade também impactará nos resultados. Contudo, para as que não planejaram a gravidez anteriormente, mas já estão com a idade avançada, existe a possibilidade de ovodoação.
Quanto tempo dura o tratamento?
A Fertilização In Vitro é um procedimento complexo que pode durar entre 20 e 25 dias, em casos de transferências de embriões. O tratamento leva esse tempo pois, em um primeiro momento, é necessário fazer a estimulação ovariana com o auxílio de medicamentos e a punção dos óvulos obtidos.
Depois, deve ser realizada a coleta de espermatozóides, a fecundação e o cultivo embrionário em laboratório e, por último, a transferência do embrião ao útero da mulher. Ou seja, existem várias etapas que devem ser feitas com cuidado para que o tratamento seja bem sucedido.
Veja a média de duração de cada etapa:
● Estimulação ovariana: de 9 a 12 dias;
● Coleta de espermatozoides e punção folicular: um dia;
● Cultivo embrionário: 5 dias;
● Transferência do embrião para o útero: 5 dias após a punção folicular.
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Se a FIV não funcionar na primeira vez, o casal pode tentar novamente, mas é necessário esperar algumas semanas. Geralmente, o recomendado é um intervalo de pelo menos um mês entre as tentativas.
Como funciona a FIV?
A técnica de Fertilização In Vitro é de alta complexidade e possui várias etapas. Confira abaixo o passo a passo do procedimento:
- Estimulação ovariana
Após decidir pela fertilização in vitro, dá-se início à primeira etapa do tratamento, que é a estimulação ovariana. Esse processo tem como principal objetivo aumentar o número de óvulos produzidos.
A técnica é realizada através da injeção de medicamentos que estimulam os ovários a produzir mais óvulos, para obter um número maior de embriões. Durante o período de estimulação, realizam-se ultrassonografias para acompanhar o crescimento dos folículos, até que estejam prontos para coleta.
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A estimulação ovariana aumenta significativamente as chances de gravidez e ainda permite a coleta de óvulos extras num único ciclo menstrual. Essa etapa tem uma duração de cerca de duas semanas, podendo ser estendida, caso necessário.
● Punção folicular
Quando os folículos alcançam o tamanho adequado e uma quantidade de óvulos aceitável, administra-se uma injeção de hCG para induzir o amadurecimento do óvulo. A punção folicular pode, então, ser agendada por volta de 36 horas após a aplicação de hCG.
Para realizar o procedimento, é necessário que a paciente esteja anestesiada, de forma a evitar qualquer desconforto.
● Coleta de Sêmen
Simultaneamente com a punção folicular realiza-se a coleta dos espermatozoides, que ocorre na clínica, por meio de masturbação. Se há algum problema grave de infertilidade masculina como a azoospermia, que é a ausência dos espermatozoides no sêmen ejaculado, o procedimento pode ser realizado coletando diretamente do testículo ou do epidídimo pelo urologista.
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O sêmen coletado deve ser preparado para que os espermatozoides mais saudáveis e com melhores capacidades reprodutivas sejam selecionados. Isso é fundamental para a realização da etapa seguinte da FIV.
● Fecundação de óvulos
Após a punção folicular e a coleta dos espermatozoides, começa o processo de fecundação dos óvulos em laboratório.
A fertilização pode ser feita pela colocação de espermatozóides ao redor de um óvulo, numa placa de cultivo ou através do uso da técnica de Injeção intracitoplasmática (ICSI), que consiste na introdução de um único espermatozóide dentro do óvulo, sendo a ICSI a mais utilizada atualmente.
● Cultivo embrionário
Quando há fecundação dos óvulos, eles são observados diariamente no laboratório e classificados de acordo com a sua morfologia e capacidade de divisão. Nem todos os embriões vão se desenvolver normalmente e alguns podem ser considerados inviáveis.
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No entanto, separam-se os embriões saudáveis e em fase de blastocisto para a etapa de transferência embrionária. Existe um limite para o número de embriões que podem ser transferidos, de forma a evitar gestações múltiplas. Assim, os embriões excedentes que se desenvolveram adequadamente podem ser congelados, através de técnicas de criopreservação, para ser utilizado em futuras tentativas.
● Transferência embrionária
Nesta etapa do tratamento, selecionam-se os melhores embriões e introduzidos dentro do útero materno. O procedimento é relativamente simples, não requer qualquer tipo de sedação ou anestesia e pode ocorrer no atendimento ambulatorial.
● Teste de gravidez
Realiza-se um teste de gravidez 10 dias depois da transferência embrionária. Caso o resultado seja positivo, será necessário realizar um ultrassom transvaginal para avaliar o saco gestacional do feto, que acontece duas semanas após o teste de gravidez.
Qual a diferença entre Inseminação Artificial e Fertilização In Vitro?
É comum que se faça confusão entre a Fertilização In Vitro com a Inseminação Artificial. No entanto, os procedimentos são bem distintos. Veja as diferenças:
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- IIU – Inseminação Intra-Uterina ou Inseminação Artificial
A inseminação artificial (IA) é uma técnica de reprodução assistida muito usada em casos de infertilidade masculina e feminina. O tratamento consiste na introdução dos espermatozóides diretamente na cavidade uterina da mulher, com o objetivo de facilitar a fecundação do óvulo. Ou seja, esse procedimento sincroniza o encontro dos gametas para que a gravidez aconteça.
A técnica é considerada de baixa complexidade e potencializa o encontro do espermatozóide com o óvulo. Para isso, coloca-se no útero feminino uma amostra qualificada de sêmen, com preparo prévio em laboratório. Dessa forma a fertilização do óvulo acontece dentro do corpo da mulher.
● Fertilização In Vitro
A Fertilização In Vitro (FIV) é uma técnica mais complexa que consiste na fecundação (encontro do espermatozóide com o óvulo) em laboratório, ou seja, fora do corpo da mulher.
O tratamento é composto de várias etapas já mencionadas anteriormente como estimulação ovariana, punção folicular, fecundação de óvulos, cultivo embrionário em estufa e transferência do embrião selecionado ao útero.
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