Foi anunciado nesta tarde de segunda-feira o nome do vencedor da edição 2010 do Prêmio Camões: o poeta e dramaturgo maranhense Ferreira Gullar. A premiação conjunta dos governos do Brasil e de Portugal é concedida anualmente a um autor de língua portuguesa que, com sua obra, tenha contribuído para o enriquecimento do idioma.
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Um dos nomes centrais da poesia contemporânea brasileira, autor de marcos da modernidade poética brasileira como A Luta Corporal (1954) e O Poema Sujo (1976), Gullar participou, no início da carreira, nos anos 1950, do grupo criador do movimento concreto na poesia nacional – capitaneado pelo trio Haroldo e Augusto de Campos e Décio Pignatari. Os três manifestaram o desejo de conhecê-lo ao tomar contato com o projeto inovador de seu livro A Luta Corporal. Gullar viria mais tarde a se apartar das diretrizes do movimento e dirigir sua poesia para uma visceralidade aproximada da poesia marginal.
Além de atua também como dramaturgo e crítico, Gullar também é cronista de jornal – seu livro mais recente, Resmungos (2007), é uma complicação de crônicas publicadas originalmente no jornal Folha de S.Paulo – e venceu o prêmio Jabuti de Livro de Ano em 2008.
O Camões é o prêmio de maior prestígio em língua portuguesa, e paga ao vencedor cem mil euros (50 mil euros por Portugal, 50 mil por Brasil, totalizando cerca de R$ 223 mil).
Entre outros vencedores do prêmio desde sua criação, em 1988, contam-se os brasileiros Rachel de Queiroz (1993), Rubem Fonseca (2003), Lygia Fagundes Telles (2005) e João Ubaldo Ribeiro (2008), os portugueses José Saramago (1995), Sophia de Mello Breyner Andresen (1999) e António Lobo Antunes (2007), além de autores africanos de língua portuguesa, como o moçambicano José Craveirinha (1991) e os angolanos Pepetela (1997) e José Luandino Veira (2006) – este último recusou oficialmente o prêmio.
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