Um ferramenteiro de 56 anos passou pelo que define como constrangimento há duas semanas quando precisou trocar um cheque em uma agência do Banco do Brasil no bairro Iririú, em Joinville. A porta giratória indicou que os sapatos do ferramenteiro possuíam metal e que, por isso, ele não poderia entrar. De fato, o cliente calçava sapatos com ponteiras de aço – utilizados para trabalhar – e vestia o uniforme da empresa.
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Ele tentou explicar a situação ao guarda que o impediu de entrar na agência com os calçados. Como precisava trocar o cheque, o homem entrou descalço.
– Foi humilhante, tinha um monte de gente olhando. Tirei meus sapatos e deixei lá fora, não pude nem levá-los comigo – relatou.
O ferramenteiro disse que tem conta em outro banco, mas como recebe o salário em cheque do Banco do Brasil, precisa ir até a agência para receber o valor em dinheiro. Ele disse que já faz isso há 10 anos e que esta teria sido a primeira vez que foi barrado.
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– Quando apitava eu mostrava que era o sapato e eles liberavam – ressaltou.
O homem registrou um boletim de ocorrência na 4ª Delegacia de Polícia Civil. A ocorrência foi registrado como fato atípico. O ferramenteiro e o gerente da agência devem ser intimados para esclarecer o fato na delegacia. Após tomar o depoimento dos envolvidos, o delegado vai averiguar se há algum crime. Se entender que o caso foge à esfera criminal, o ferramenteiro terá a opção de procurar um advogado particular ou a defensoria pública para entrar com uma ação cível.
Contraponto
A reportagem entrou em contato com o gerente da agência que repassou o caso à assessoria de comunicação do banco. A assessoria, por sua vez, informou que o Banco do Brasil segue as diretrizes da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) com relação à segurança bancária e que, por questões de segurança, não iria se manifestar sobre o caso.
Confira imagens registradas pelo celular de um colega do ferramenteiro: