O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou nesta quinta-feira que a saída de Erenice Guerra do cargo de ministra-chefe da Casa Civil não encerra o escândalo envolvendo o núcleo de poder do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Continua depois da publicidade

– É um detalhe. Nada será suficiente. É preciso recuperar a dignidade – disse Fernando Henrique. – Como brasileiro, fico triste de ver tantos acontecimentos negativos. É a repetição deles.

FHC disse que o episódio demonstra que não houve amadurecimento político suficiente dos integrantes do governo, referindo-se ao escândalo do mensalão, que acabou provocando, em 2005, a saída do então ministro José Dirceu da Casa Civil. Dirceu foi sucedido na pasta por Dilma Rousseff, a candidata do PT a presidente que deixou em seu lugar no governo Erenice Guerra.

– Não me alegra, estou muito triste – comentou FHC sobre a saída de Erenice, em rápida entrevista à imprensa após cerimônia de reinauguração do Centro Ruth Cardoso, espaço para palestras, cursos e seminários criado na capital paulista em homenagem à ex-primeira-dama, falecida em 2008.

Em sintonia com Fernando Henrique, o governador de São Paulo, Alberto Goldman (PSDB), avaliou que a saída de Erenice demonstra que existe um problema institucional na Casa Civil.

Continua depois da publicidade

– A instituição Governo Federal está muito abalada em vários pontos – afirmou. – Existem problemas que ultrapassam o nível individual.

Sobre a campanha do presidenciável tucano José Serra, Goldman defendeu que o candidato reforce a discussão de questões sensíveis à sociedade e fez um pedido aos eleitores:

– Acordem para a realidade do país. A sociedade ainda está longe do centro dos problemas. Ela não está se conscientizando da gravidade dos problemas.