“Não existe nada de inexplicável.” Foi desta forma que o técnico Fernando Ferretti contrariou o sentimento de quem compareceu ao Centreventos Cau Hansen na tarde deste domingo e assistiu à eliminação da Krona diante do Concórdia. Uma zebra que nem o mais pessimista dos torcedores poderia imaginar, mas que se realizou e, mais uma vez, adiou os planos da equipe joinvilense de alcançar o tão sonhado título.

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Finalista da Liga Futsal desde 2005, Ferretti não estará na grande decisão depois de muito tempo. O maior técnico de todos os tempos do futsal brasileiro culpa as falhas em excesso do time. Mas ele não se exime da responsabilidade. Ele sabe que, quando o time ganha, todos ganham juntos. Quando é derrotado, o sofrimento é conjunto.

A partir desta segunda-feira, a derrota para o Concórdia é uma página virada. Para que o ano da Krona não termine sem brilho, a concentração agora é para buscar os troféus do Campeonato Catarinense, dos Jogos Abertos de Santa Catarina e da Superliga.

O restante da temporada também servirá para os atletas mostrarem o seu valor. Com a queda na Liga Futsal, o planejamento para o próximo ano já se inicia.

AN – Tudo jogava a favor da Krona antes deste jogo. Como você explica o que aconteceu?

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Ferretti – Não existe nada de inexplicável.Em um jogo desse quilate, em um momento desses na competição, não se pode falhar a quantidade que nós falhamos. Nós fizemos 1 a 0, falhamos e tomamos a virada. Fizemos a revirada e continuamos falhando. É muita falha. Os atletas haviam sido advertidos para isso. Já havia acontecido essas falhas em Jaraguá do Sul (quando a Krona foi derrotada na final do turno do Estadual), onde o time estava escolhendo um momento errado para render abaixo do que vinha rendendo. Mas não há nada de sobrenatural nisso. Concórdia foi melhor e a nossa equipe escolheu para jogar mal no dia que não podia. Eu fiquei invicto até agora e o que eu faço com essa invencibilidade? Não faço nada. Escolhi o dia errado. Tinha tanto jogo para perder a invencibilidade.

AN – Para você o sentimento é pior, já que você chegava em todas as finais da Liga Futsal desde 2005?

Ferretti – Eu nunca estou sozinho quando chego na final. Foram os grupos que a gente teve que, em algum momento, fizeram a gente chegar na final. E o que é que tem? Desta vez eu não vou estar, isso é normal. Ninguém está sozinho porque isso aqui não é boxe.

AN – Como fica a motivação do grupo para o resto do ano?

Ferretti – Motivação de profissional é salário em dia. Vamos correr terça-feira, completinho, em Jaraguá do Sul, e assim sucessivamente para a gente conseguir nossa classificação, vencer o turno, conseguir o total de pontos ganhos e disputar o título do Estadual. Vamos disputar a Superliga e disputar os Jogos Abertos. É assim que tem que ser.

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AN – O favoritismo pesou?

Ferretti – Não pesou. A equipe vinha sendo advertida sobre isso, que não podia jogar de qualquer maneira nesse momento da competição. O favoritismo não pesou. O atleta tem experiência o suficiente que não tem nada que se aproveite desse favoritismo antes do jogo começar.

AN – Atrapalha essa cobrança, ano após ano, para que a Krona seja campeã?

Ferretti – A Krona vai esperar mais um ano e vai ter mais um ano de cobrança. Não consigo antecipar a Liga para esse ano. A Liga do ano que vem é no ano que vem.

AN – Você sempre diz que é obrigação da Krona chegar na final. A Krona faltou com sua obrigação?

Ferretti – Desde que estou aqui, netses dois anos, é a primeira vez que faltou com a obrigação e por isso não vamos poder disputar o título. Mas não adianta falar nada disso se não estamos na final.

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AN – Já se começa a pensar em 2014 ou é cedo para isso?

Ferretti – Nada tem que se iniciar agora. A gente está pensando em algum nomes com os quais a gente quer contar e tem nomes com os quais a gente não quer contar. A gente vai divulgar isso no momento certo, pois qualquer divulgação neste momento pode atrapalhar a negociação.

CONFIRA O ÁUDIO COM A ENTREVISTA COMPLETA DE FERNANDO FERRETTI