A mais de 100 quilômetros do Estádio Orlando Scarpelli, um garoto magro, de 21 anos, começava a escrever uma história em preto e branco. Rodrigo Fernandes Valete saiu do banco de reservas no dia 21 de junho de 1999, em uma partida contra o Brusque, para entrar no lugar de Perivaldo. A partir daquele instante, enquanto ouvia o então técnico Abel Ribeiro, o jovem viraria Fernandes, um dos maiores ídolos da história do Figueirense.
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Nesta terça-feira, 13 anos mais tarde, o jogador viveu outro dia de emoção. A emoção que sentiu não era como a de tantos momentos felizes vividos no clube, mas de decepção. Fernandes ouviu que não teria o contrato renovado com o Figueirense e que, a partir daquele momento, não estaria nos planos do clube para a próxima temporada.
O motivo foi uma decisão técnica do treinador, Adilson Batista, o que acabou gerando a traumática saída. Na internet, torcedores do Figueirense manifestaram apoio ao jogador, que ainda não definiu seu futuro. Certeza ele tem duas: a de que seu futebol ainda não acabou, e que ainda pode contribuir em outro lugar, e que os torcedores do Furacão terão espaço para sempre em sua memória.
De Zico a Neymar e Messi
Pai de Pedro Henrique e João Gabriel, o paulista de Itaporanga é apontado como um profissional correto. Elogiado pelos treinadores que passaram, Fernandes se espelha em Zico, seu ídolo no futebol. Atualmente, saltam aos seus olhos o futebol de Messi e Neymar.
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E foi justamente em um duelo contra o santista seu último gol vestindo preto e branco. O tento de número 108, porém, não foi dos mais inesquecíveis. Contra Joinville, na final do estadual de 2006, em homenagem para o filho Pedro Henrique, e contra o Avaí, na final do segundo turno do estadual 2010, dedicado a João Gabriel, estão os gols que Fernandes jamais esquecerá.
Essa é uma daquelas histórias que os amantes de futebol não deixarão se apagar. Apesar de não ter um final feliz, como a maioria dos torcedores esperavam, inclusive Fernandes, o camisa 10 foi correto. Com o olho cheio d’água, não reclamou, apenas aceitou uma decisão que não coube a ele discutir.