Fernandes está fora do Figueirense. A decisão, segundo o próprio jogador, foi da comissão técnica que decidiu não renovar o contrato do jogador. Muito abatido, Fernandes deixou o Orlando Scarpelli exatamente às 16h14min. Após uma reunião de mais de uma hora com o coordenador de Futebol, Leandro Niehues, o vice de Futebol, Vanderlei Silva, e o assessor do presidente, Marcos Moura Teixeira, Fernandes ficou sabendo que não teria mais uma oportunidade no clube como jogador de futebol. A diretoria alvinegra ofereceu para ele uma vaga na comissão técnica, como auxiliar de Adilson Batista. Algo que o ídolo não aceitou, Fernandes quer jogar no mínimo mais uma temporada.
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– Tive uma reunião com o Vanderlei Silva, Marcos Moura Teixeira e o Leandro (Niehues) e me passaram a informação que eu estou fora do Figueirense, por opção do Adilson Batista. Tem alguns atletas que eles acham que estão em um momento melhor. Isso é uma coisa natural no futebol, o comando acha que tem outros atletas para a temporada – disse Fernandes em frente o Estádio Orlando Scarpelli.
Foram 403 jogos com a camisa do Figueirense e 108 gols. Fernandes é o maior artilheiro do clube o terceiro com mais jogos. A reunião realizada hoje foi adiada uma vez, ela era para ter acontecido na última sexta-feira no Orlando Scarpelli, mas foi prorrogada. Fernandes já sentia que seu tempo no Furacão estava acabando e mesmo estando preparado para a notícia, admite que foi um momento doloroso.
– Mesmo já estando preparado para isso, a sensão é de tristeza e o coração dói. Eu não queria sair nessa situação, com o time rebaixado. Eu queria uma chance para fazer um ano diferente junto com o Figueirense. Mas, é natural no futebol tenho que encarar dessa forma – explicou.
Fernandes já foi sondado por alguns clubes, mas decidiu definir seu futuro no Figueirense primeiro. Agora, o jogador só pensa em tirar férias, descansar um pouco e visitar o pai em Dracena, no interior de São Paulo. Em 2013, o torcedor alvinegro vai ter que se acostumar a ver o seu maior ídolo com outra camisa.
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– É um momento delicado, existiu um convite do Marcos Teixeira de eu ser um assistente técnico. Mas, eu ainda tenho vontade de continuar jogando, porque tenho condições. Não queria sair dessa forma. É difícil, essa situação é diferente dos outros anos, de quando em janeiro eu esperava voltar ao Figueirense. Agora tenho rever tudo que aconteceu na minha vida nos últimos meses – desabafou.
Leia entrevista com Fernandes ?
Você espera que as portas do Figueirense continuem abertas?
Fernandes – Espero que as portas fiquem abertas pretendo realizar esse sonho de voltar para o Figueirense em algum dia. Mas, nesse momento estou me sentindo bem fisicamente e não tenho motivos para encerrar a minha carreira, ainda mais em um ano desastroso para mim em que o Figueirense foi rebaixado. E vou continuar jogando e deixei claro para eles. Eu não faço parte dos planos da comissão técnica é algo natural. Agora é seguir a vida. Não sei o que vai acontecer, estou absorvendo as informações, mesmo sabendo que isso ira acontecer.
Com está sendo para você esse momento?
Fernandes – Não é fácil. Todo atleta tem sua data de validade. E com um ano desastroso desse muitas pessoas falaram que era o momento para eu parar. Porque o Fernandes se machuca muito e tem idade avançada. Mas, para mim não é assim. Eu estou me sentindo bem. Poderia parar e assumir uma função no clube, mas não me sentiria bem. Eu quero jogar. Essa é a minha ideia. E espero que as portas fiquem abertas no Figueirense. O que posso dizer é que agradeço o torcedor por todo esse carinho. Espero um dia voltar.
A sua última lesão atrapalhou essa negociação?
Fernandes – A lesão atrapalha muito. Eu vinha em uma crescente. Mas, lesão é algo que estamos sujeitos. Porém a decisão não está relacionada com a lesão. É mais no geral. A comissão técnica e diretoria fizeram suas análises. E é uma decisão que eu respeito. Eu conheço o Adilson e ele sabe o que faz. Agora ainda não caiu a ficha, mesmo esperando isso acontecer. Por ser tanto tempo vestindo a mesma camisa.
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Uma mensagem para o torcedor?
Fernandes – Muito obrigado por tudo o que a torcida fez por mim esse tempo. Não foi fácil jogar no clube. Porque as lesões que eu tive criaram um rótulo em cima de mim que eu ficava mais tempo no DM do que jogando. Hoje consigo absorver mais isso, é algo natural no futebol. Então sempre joguei na superação e com amor. E com isso você só tem a ganhar. Só ganhei apoio e muito amor aqui. Quando eu entro no Scarpelli e vejo meu nome em bandeira fico muito feliz. Isso vou levar para sempre e a torcida vai estar no meu coração.
Você acredita que a sua saída a do Túlio, Wilson e Julio Cesar seriam uma vingança por vocês terem pedido que o gerente de Futebol, Chico Lins, não fosse demitido?
Fernandes – Eu tive uma conversa agora e o Marcos Teixeira esteve presente. Ele deixou claro e falou com o Túlio também. Ele disse que não tem nenhuma situação sobre isso. É uma decisão do Adilson. Eu também não acredito que a diretoria faria isso. Na época a gente pediu que o Chico não fosse demitido era uma pessoa importante e a gente pedia a permanência dele. As decisões tem que ser tomadas. Mesmo difícil, quero dizer que a vontade sempre foi de continuar no Figueirense. Mas, como não é possível, não é só a minha vontade que prevalece tenho que respeitar. E vou sempre ter o respeito pelo clube.