– Não posso permitir que vocês vivam nesta mentira. […] Aqui nessa peça, eu conto tudo, eu falo toda a verdade! – afirma a atriz Fernanda Souza diante de uma plateia que murmura tristemente um “não” em uníssono.

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A revelação parece forte demais diante da reação de um grupo tão grande, mas se trata de um trecho do espetáculo Meu Passado não me Condena, que terá duas sessões em Joinville neste domingo, com parceria do Clube do Assinante RBS. E o segredo que ela acaba de contar é um fato sobre a produção da novela Chiquititas, que no fim dos anos 1990 catapultou a atriz ao sucesso quando tinha apenas 13 anos.

Em parte, é pela nostalgia trazida pelas memórias de quem foi espectador daquele programa – exibido pelo SBT entre 1997 e 2000 e reprisado em 2004 – que se deve o sucesso do espetáculo. O monólogo autobiográfico é uma criação de Fernanda Souza com o diretor Léo Fuchs e apresenta a carreira da atriz, com destaque especial para aquele momento em que ela, ao lado de outras seis atrizes mirins, viraram fenômeno no País.

– A média de idade da galera é de quem viu a Mili, né? Eu até fiz uma pesquisa esses dias no Snapchat. A quantidade de gente que me segue de 20 a 30 anos é muito maior do que com menos de 20 ou mais de 40. É a galera quem tem uma história, cresceu comigo, somos todos contemporâneos – analisa ela.

Meu Passado não me Condena estreou em 2013, ao mesmo tempo em que Fernanda completava 25 anos de carreira. Por isso, no palco, ela revela detalhes dos bastidores da profissão aliados à vida de alguém que, como ela, vivencia experiências como o trabalho em frente às câmeras, a fama e a perseguição das revistas de fofoca desde a infância.

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As histórias, contadas com humor pela atriz, transformam os episódios reais em comédia – e a esta veia cômica e o domínio de público já demonstrados em novelas, seriados de humor e programas de TV como o The Voice devem-se a outra parcela do sucesso da peça que está em cartaz quase ininterruptamente nestes três anos.

Fernanda conta que nem mesmo ela tinha conhecimento sobre seu talento para comédia: foi a direção da novela Alma Gêmea, exibida em 2006, que decidiu que a personagem Mirna – a moça caipira que queria casar, apesar de o irmão ciumento viver jogando os pretendentes no chiqueiro – seria o alívio cômico da história. A atriz fez dois testes de vídeo, interpretando a personagem de forma romântica em um deles e de um jeito engraçado em outro. Definiria ali uma personagem que o próprio autor ainda não havia terminado de criar.

– O Walcyr (Carrasco) ainda estava em dúvida sobre que tipo de personagem ela seria. Foi uma descoberta mais da direção e do autor do que minha. E com certeza foi um divisor de águas na minha carreira – recorda ela.

Com mais de 250 comerciais no currículo antes mesmo de estrear em Chiquititas, Fernanda começou na carreira aos quatro anos. Antes da novelinha, ela já havia participado da série Retrato de Mulher, com Regina Duarte, e do programa X-Tudo, na TV Cultura.

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Já na Rede Globo, fez sucesso com personagens como a Mirna, de Alma Gêmea, e a Isadora, da série Toma Lá, Dá Cá, que apresentaram ao público seu talento para a comédia. Esta linha do tempo é o fio narrativo de Meu Passado não me Condena, que ela escreveu em um mês e meio e a fez reviver a trajetória no palco há mais de dois anos – às vezes, como ocorrerá em Joinville, por duas vezes.

– Eu brinco que eu não escrevi a peça, só transcrevi as histórias que Deus me fez viver nesse tempo. Mas é muito gostoso repassá-las. A cada vez que eu começo a peça, eu volto ao passado – conta.

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Meu Passado não me Condena terá apresentações às 18h e às 20h, no Teatro CNEC. Na tarde de sexta-feira, havia poucos ingressos para as duas sessões, à venda pelo site Ticket Center.

Agende-se:

O QUÊ: Meu Passado não me Condena, com Fernanda Souza.

QUANDO: domingo, 12 de junho, às 18h e às 20h.

ONDE: Teatro CNEC (avenida Getúlio Vargas, 1.266, Anita Garibaldi, anexo à Faculdade Cenecista de Joinville).

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QUANTO: plateia baixa a R$ 90, plateia alta a R$ 80, camarotes 2 e 3 a R$ 70 e camarotes 1 e 4 a R$ 60. Membro do Clube do Assinante RBS tem 50% de desconto para titular e acompanhante. Estudantes, professores da rede pública e idosos têm meia-entrada (com apresentação de documento com foto).