A história de Ruth Coutinho está diretamente conectada à educação. A blumenauense, que cresceu brincando na rua de carrinho de rolimã e de bicicleta, começou sua vida escolar no Colégio Sagrada Família. Depois de concluir o então ensino Normal, foi se descobrindo como professora, pois adorava ensinar.

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Durante sua caminhada profissional, a educadora sembre buscou tornar seu espaço pedagógico diferenciado, construindo jogos educativos e diversas atividades lúdicas que serviam para os alunos interagirem, compartilharem e aprenderem. Retornou aos bancos escolares para a graduação em Pedagogia, pós em Psicopedagogia Institucional/Clínica, Educação Especial e Inclusiva e Neuro/Psicopedagogia.

Leia outras informações da colunista Fernanda Nasser

Logo que se aposentou construiu uma casa onde pudesse desenvolver um atendimento para crianças que necessitassem de ajuda. Nasceu então, nove anos atrás, o Espaço Educativo Vivendo e Aprendendo, no bairro Salto.

Para Ruth, “lidar com pessoas com alguma necessidade é trabalhar com amor, paciência e sem esmorecer, acreditando que apesar das dificuldades todo o indivíduo tem algo de positivo para nos mostrar”.

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Uma história linda de vida.

Confira o perfil Ruth Coutinho

Hobby: cozinhar! A arte de cozinhar me fascina. São tantas misturas e sabores diferentes, é prazeroso fazer um prato para ser degustado pela família e amigos.

Lugar Inesquecível: Gramado e região. É a paisagem, a natureza, flores que encantam a todos os que lá vivem e chegam para conhecer.

Música: Unforgetable, dueto de Natalie Cole e Nat King Cole.

Mania: adoro tomar chimarrão numa roda de conversa.

Filme: A Teoria de Tudo.

Não vive sem: a família. Lar, aconchego, diálogo. Tudo é vida!

Sonho: um sonho que me acalenta é ver a inclusão ser aceita em todos os níveis sociais… Sei que estamos longe disso, mas pequenos passos já foram dados.

Caos: a política do nosso país. Gente que tem o dever de cuidar do Brasil está cuidando acima de tudo dos próprios interesses, enriquecendo com o dinheiro do povo.

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Comida preferida: uma comida que muito aprecio é o matambre recheado, acompanhado de macarronada caseira que a minha mãe fazia.

Cidade em que moraria: Curitiba, com o seu clima e a diversidade cultural lá existente.

Ser professora é: aprender a aprender, é educar a emoção, é acreditar na vida e no futuro, é semear diariamente e colher com paciência, é realizar a mais nobre e bela missão – a de educar e ensinar.

Lembrança que guarda de seu tempo no Colégio Santo Antônio: alunos, colegas, pais, encontros e muitos ensinamentos a respeito de educação que levo para o meu dia a dia. Não poderia deixar de citar um mestre, uma pessoa inesquecível, o frei Pascoal.

Como vê a relação entre o aluno de hoje e o professor? Atualmente, com raras exceções, a aluno olha para o professor com pena, descaso, não o vê com o devido respeito.

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Qual o objetivo do Espaço Educativo Vivendo e Aprendendo? Oportunizar um trabalho especializado para todos os indivíduos, com ou sem necessidades educativas especiais, amparando estas necessidades bem como a de suas famílias e escola, através de um ensino diferenciado, preventivo e motivador.

Quais os recursos que usam no ensino das crianças? Na terapia psicopedagógica, privilegiamos os jogos educativos como um recurso a mais, pois ensinam, desenvolvem e estimulam o cérebro a pensar e a tomar decisões.

Quantos alunos hoje frequentam o espaço? Atualmente estamos com 15 alunos na terapia psicopedagógica e três no apoio pedagógico na área de Matemática.

Quem pode frequentar as aulas? Todas as pessoas de três a 90 anos. É um atendimento psicopedagógico específico nas dificuldades apresentadas pelo aluno no momento da avaliação. O primeiro passo, quando conversamos com o responsável pelo aluno, é encaminhá-lo para uma avaliação. O atendimento é realizado duas a três vezes por semana, dependendo da necessidade do aluno. Além disso temos a culinária terapêutica, oficina oferecida a indivíduos que precisam aprender a fazer sozinhos sua rotina diária, fazendo com que este aluno se torne mais autônomo.

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Qual o maior desafio para manter uma escola assim? Nossos atendidos são aqueles que tempos atrás estavam fora da escola. Precisamos trabalhar com estas especificidades e acreditamos num trabalho que sempre proporcionará ganhos ao aluno, ainda que em casos mais sérios, pequenos ganhos. Nós trabalhamos sempre com possibilidades, sem comparações e sem medir o tempo.

A comunidade poderia ajudar de algum modo? Poderia sim. Muitas crianças com grandes dificuldades poderiam estar sendo atendidas. Quem sabe pessoas de boa vontade possam adotar um aluno.

Conselho: a melhor escola é o lar, onde a criatura deve receber as bases do sentimento e do caráter. As escolas têm o dever de instruir, mas só a família pode edificar o homem do amanhã.

Frase: “Educar é ser um artesão da personalidade, um poeta da inteligência, um semeador de ideias”, de Augusto Cury.

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