Segue misteriosa a história do caminhoneiro Ernesto José de Faria que levou, em casa, cinco tiros de borracha (à queima-roupa, conta o ferido) disparados pela Polícia Militar. No boletim de ocorrência feito pelos militares, consta que o agredido portava uma espingarda e teria feito ameaças aos policiais. A arma, porém, não foi apreendida. Agora o ferido quer processar o Estado.

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O comandante do 24º Batalhão da PM, Newton Ramlow afirmou que a Polícia Civil se recusou à fazer o flagrante que resultaria na prisão de Ernesto. Segundo conta o caminhoneiro, ele foi levado ao hospital regional, onde foi escoltado até as 7h da manhã de sábado pelos dois PMs e horas depois, foi liberado para ir para a casa.

O delegado Alan Amorim, afirma que os policiais não deram sequência ao caso, não apresentaram arma, apenas um cartucho de uma arma calibre 28, que estaria nas redondezas:

– Na minha opinião não seria caso de flagrante. Os policiais disseram que Ernesto teria atirado contra eles, mas não apresentaram arma alguma – conta o delegado.

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Um inquérito foi instaurado para investigar o que aconteceu na madrugada de sexta para sábado, onde a discussão entre Ernesto e seu patrão terminou com cinco tiros de bala de borracha nas partes interior da coxa e na canela do caminhoneiro. Todos os envolvidos farão exame de corpo de delito.

Além de Ernesto, o filho de seu patrão também teria sido machucado, assim como os dois policiais. Segundo Newton, um deles foi para o hospital com o joelho machucado e o outro levou socos.

No boletim de ocorrência feito pelos PMs, Ernesto é acusado de resistência à prisão, desacato e tentativa de homicídio. O caminhoneiro iria na delegacia ontem, mas encontrou o local de portas fechadas, por conta da greve dos policiais civis.

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O caso ainda envolve danos à um carro, que Newton atribui ao caminhoneiro. Ernesto nega saber de algo a respeito. O resultado das investigações sai no fim do mês de agosto.