A volta para casa de quem mora no Sul do Estado e no Rio Grande do Sul depois do Carnaval foi do mesmo jeito que o último sábado: com longas filas, demora e muito estresse para os motoristas. O ponto mais crítico foi na rotatória de Laguna, onde as filas alcançaram a marca de 15 quilômetros e não parava de crescer. Cada veículo conseguia percorrer em média um quilômetro por hora, num forte calor. A medida que a fila crescia, a chuva que caia sobre Laguna deu trégua, mas não foi suficiente para alegrar os foliões que, cansados de festa, tiveram que amargar a volta para casa parados na estrada.
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Mas nem tudo foi só tristeza. Também ontem foi momento de encontrar outras pessoas em meio ao engarrafamento, fazer amigos. Para os comerciantes, uma maneira de ganhar um dinheiro extra.
O administrador Eduardo Rauber, 29 anos, veio com alguns amigos do Rio Grande do Sul curtir o feriadão em Florianópolis. Na volta para casa estava indignado com o tempo que teria que ficar na fila. Junto com uns colegas que acabara de conhecer, também gaúchos, fizeram um protesto irreverente. Cataram algumas placas perdidas nos carros e começaram a se manifestar. Na dele, estava escrito “Game Over”. Longe pelo menos uns 10 quilômetros da Ponte de Laguna, onde o trânsito voltava ao normal, o jogo estava longe de terminar para Eduardo e seus novos amigos. De nada adiantou ter saído às 10h da manhã de Florianópolis achando que ia chegar cedo ao Rio Grande do Sul. Sem escolha, teve que aguentar o congestionamento parado na estrada, com fome e com sede.
Outros visitantes impacientes também não aguentaram ficar parados no carro. Saíram para caminhar, correr e até dançar em meio à pista. Não era raro ver uma mulher levando seu cachorrinho para passear, um grupo esticando as pernas e caminhando próximo ao acostamento ou da mureta de divisão entre as pistas, invejando que seguia para o Norte e não encontrava nenhum obstáculo. Apenas uma rodovia vazia.
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Cansado de ficar sentado, o cobrador Israel Rodrigues, 33 anos, deixou a direção do carro com a namorada e seguiu a pé rumo ao Sul. Com passadas largas para fugir dos pingos de chuva, conseguia ser mais rápido do que os carros.
– É muito estresse. Peguei fila para ir e para voltar.
As irmãs Jane Carvalho, 42, Alair Cunha, 51, e Janaina Martins, 10, também acharam uma boa pedida para a tarde sair caminhando em vez de ficarem trancadas no carro. Elas tinham que se distrair um pouco já que a viagem ia ser longa pela frente. Esperavam chegar cedo a Porto Alegre, caso o trânsito ajudasse. O que não aconteceu.
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