Depois de uma Sexta-feira Santa chuvosa, o sol apareceu no fim de semana de Páscoa para coroar uma temporada de bons números para o setor turístico catarinense. O governo do Estado deve confirmar nesta semana que o número de turistas que circularam por Santa Catarina chegou a 9,5 milhões, desde o começo do verão até o último fim de semana de março. Em relação ao mesmo feriado no ano passado, um levantamento preliminar feito pela Secretaria de Turismo, Cultura e Esporte (Sol) aponta um aumento de 30% no movimento no litoral catarinense.
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O calendário que marcou a Semana Santa para março e a presença maciça de uruguaios, que celebram a semana nacional do turismo durante o feriado religioso, favoreceram o resultado. Outro indicador da boa temporada é o crescimento no número de voos fretados vindos de exterior. Segundo a Infraero, o aumento no aeroporto Hercílio Luz foi de 32% no comparativo com a temporada anterior. Para o presidente da Santur, Valdir Walendowsky, a grande presença de estrangeiros foi uma das principais marcas do verão. Beneficiados por um câmbio mais forte, pelo menos 1,1 milhão de argentinos — aumento de 23% em relação a 2015 — e outros 400 mil chilenos, uruguaios e paraguaios visitaram as praias do Estado.
– Foi uma temporada de muitos estrangeiros, mas não apenas da América do Sul. Tivemos muitos americanos e europeus, especialmente em Florianópolis, que tem uma atratividade maior para esse nicho. Mas a temporada boa também traz desafios para o futuro, e o principal deles é melhorar a infraestrutura — afirma Walendowsky, ressaltando a importância dos investimentos do governo federal para que isso ocorra.
Entre o setor hoteleiro, a percepção geral também é de uma temporada positiva. Dados da seção catarinense da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH-SC) preveem um aumento de 15% nos índices de ocupação no comparativo ao ano anterior.
Infraestrutura ainda é desafio
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O mês de março também colaborou, com tempo seco e quente na maior parte dos dias. Apesar disso, o presidente do conselho da entidade, João Eduardo Amaral, diz que a temporada também ficou marcada por um ponto bastante negativo: a crise da falta de balneabilidade, que arranhou a imagem de Santa Catarina no Brasil e nos países vizinhos.
– Financeiramente, foi uma temporada boa, mas não podemos dizer que foi excelente porque não se deve fazer uma análise só disso. Ficamos devendo nos setores social e, principalmente, ecológico. O problema no Rio do Braz foi muito sério e arranhou nossa imagem – diz Amaral.
Para o dirigente, caso não sejam resolvidos, esses problemas podem acarretar uma queda do número de visitantes nas próximas temporadas.
– Temos também os problemas que se repetem em todas as temporadas, como a falta de um aeroporto e de uma marina adequados em Florianópolis. São coisas que nos atrapalham muito – conta.
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Entre o setor de gastronomia, o principal entrave foi a inflação. Para o presidente da seccional catarinense da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Fábio Queiroz, o verão catarinense realmente apresentou um aumento importante no número de turistas, porém o faturamento do setor foi prejudicado pela diminuição das margens de lucro:
— Março teve movimento, mas não houve clima de temporada. Depois do Carnaval caiu bastante. Agora na Páscoa percebemos uma maior movimentação, em especial dos uruguaios.