Por causa de 56 questões plagiadas de outras provas, o concurso da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc) foi anulado. Todas seriam de responsabilidade do professor e coordenador do Curso de Jornalismo da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Áureo Mafra de Moraes.

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A informação foi divulgada nesta quarta-feira pela Fundação de Estudos e Pesquisas Sócioeconômicos (Fepese), responsável pelo processo seletivo. Moraes nega as acusações.

Segundo a Fepese, das 90 questões que eram de responsabilidade do professor, 56 questões específicas dos cargo de jornalista, operador de rádio e operador de TV foram copiadas de outras instituições. Por causa disso, o concurso, realizado no dia 6 de dezembro, foi anulado e remarcado para o dia 10 de janeiro.

– Divulgamos o nome do professor que foi responsável pelas questões, pois havia uma pressão do próprio Departamento de Jornalismo. Na hora em que foi divulgado que um professor de jornalismo da UFSC era o responsável, todos os outros acabaram sob suspeita. Alguns ficaram até aborrecidos comigo, mas eu não podia divulgar um nome sem ter certeza – afirmou o presidente da Fepese, Guilherme Julio da Silva.

De acordo com o presidente, o professor Áureo foi chamado na sua sala logo após terem surgido as primeiras informações de cópias de algumas questões.

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– Ele esteve na minha sala e ficou meio desnorteado na hora. Não assumiu nada. Ficou impactado. E disse que ia verificar. Até segunda-feira ele tem o prazo para apresentar seus argumentos. Dependendo da resposta, vamos entrar na Justiça para responsabilizá-lo – contou Guilherme.

A Fepese vai esperar a defesa do professor antes de se pronunciar sobre quais medidas judiciais tomará. Áureo é coordenador do Curso de Jornalismo da UFSC, instituição onde também foi estudante. Ele negou as acusações e disse que não foi procurado pela fundação para dar explicações. Confirmou que elaborou algumas perguntas, mas que não tem responsabilidade pela prova.

– Pode ter existido a cópia de um arquivo errado. Pode ter havido qualquer problema de ordem operacional, que eu não teria qualquer problema de justificar. Mas eu não fui procurado para justificar nada. A Fepese, antes de resolver com os autores das questões, foi a público e disse que a culpa é do fulano. Ela põe em risco toda a confidencialidade com os membros de banca. Ela simplesmente elegeu um bode expiatório para tirar de si a responsabilidade – afirmou o professor.

Veja a entrevista completa do professor na edição conjunta de quinta e sexta-feira do Diário Catarinense.

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