O freio nas vendas de carros novos provocado pelo fim do desconto do IPI não será suficiente para evitar novo recorde do setor neste ano. Em Santa Catarina, a projeção é de novo crescimento no saldo do ano.
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O presidente da Federação Nacional da Distribuição dos Veículos Automotores (Fenabrave) em Santa Catarina, Sérgio Werner, calcula que haverá um crescimento de 9% nas vendas catarinenses em 2010.
No acumulado dos quatro primeiros meses, foi registrado um incremento de 7,57% de automóveis e comerciais leves (como picapes, pequenas vans e utilitários), se comparado ao mesmo período no ano passado. Considerando apenas os automóveis, o ganho no quadrimestre foi de 3,71%.
Werner lembra que, ao fazer a projeção para o ano, é preciso considerar o bom resultado do ano passado, quando foram vendidos 129,1 mil automóveis no Estado, o que representou um crescimento de 26% sobre 2008. Neste ano, um índice de crescimento abaixo desses 26% registrados em 2009 já é considerado motivo de comemoração.
– É que 2009 foi um ótimo ano para nós, devido também à reposição dos automóveis perdidos com as enchentes no final de 2008. Fica difícil superar um ano tão bom – explica o presidente.
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Em abril, o setor sentiu o impacto do fim do desconto do IPI. Em relação a março, último mês com o imposto reduzido, houve uma queda de 29,16% na venda de automóveis e comerciais leves novos em Santa Catarina. A redução foi maior que a média nacional, que caiu 22,37%. Apesar de considerável, a queda já era esperada pelo setor.
Werner explica que com o fim da redução do IPI houve uma corrida às concessionárias em março e só naquele mês foram vendidas mais de 17 mil unidades desses tipos de veículos no Estado.
Mesmo com menos vendas em abril, a frota circulante de automóveis no Estado cresceu pouco mais de 10 mil unidades em relação a março e somou 1.891.151.
As montadoras também estão confiantes e projetam um crescimento de 10% na produção nacional deste ano. Em 2009, pela primeira vez, o Brasil superou os Estados Unidos na produção de automóveis. O dado foi divulgado neste mês pela Organização Internacional dos Construtores de Automóveis (Oica).
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O Brasil é o quinto produtor mundial, com 2.576.628 carros, uma posição à frente dos Estados Unidos, que construiu 2.249.061 unidades no ano passado. A explicação para essa inversão é a crise econômica internacional, que atingiu de forma mais ampla a economia norte-americana.
Para se ter uma ideia, em 2008, saíram das fábricas dos Estados Unidos quase 4 milhões de carros e, no Brasil, 2,5 milhões. O campeão mundial de produção de carros em 2009 foi a China (10,4 milhões), seguido por Japão (6,9 milhões), Alemanha (4,9 milhões) e Coreia do Sul (3,1 milhões).