Dos mais de 600 alunos inscritos no 9º Festival de Música de Santa Catarina (Femusc), cerca de 200 vêm de outros países. Por duas semanas, todos convivem, encontrando na música um ponto de união.
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Independentemente de seus países de origem, os participantes concordam em dois aspectos que fazem do Femusc um bom festival: a diversidade de encontros propiciados pelo evento e o alto nível dos professores.
Somados à possibilidade de conhecer outro país, esses fatores tornam a viagem à Jaraguá do Sul uma experiência que convida a repetições.
Estreia em Jaraguá
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Pela primeira vez, a África do Sul é representada no Femusc. Neste ano, quatro jovens cruzaram o oceano para apresentar o trabalho do quarteto de cordas Stellenbosch Quartet. O grupo, formado na universidade, é homônimo à cidade onde os jovens estudam – e agregou um integrante a mais para vir ao festival.
O quarteto chegou à Jaraguá do Sul no domingo e já está encantado com a simpatia dos participantes do evento, apontando esse como um dos diferenciais encontrados no Brasil.
-E gostamos da filosofia do festival. Antes de vir, eu estava nervosa, porém a conversa inicial com o Alex Klein fez com que eu me sentisse mais confortável e segura-, acrescenta Odile Lesch.
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Formado por jovens entre 24 e 26 anos, o grupo deve sua participação no Femusc ao Arianna String Quartet, quarteto formado por professores que atuam no Femusc e que também mantém um projeto na África do Sul.
Após uma visita em 2013, os professores convidaram os jovens músicos para participar das audições do Femusc, o que resultou em sua primeira participação em um festival brasileiro. O Stellenbosch Quartet se apresenta hoje na Igreja Luterana, às 18 horas.
Música em família
Pela terceira vez, Hugo Cerúsico, 50, volta a Jaraguá do Sul. Pela terceira vez, acompanhado de seu filho Octavio, 20. Argentinos de Mendonza, ambos são de uma família musicista: Hugo é pianista e professor na Universidad Nacional de Cuyo, sua esposa é pianista e maestrina, Octavio é violonista e sua irmã caçula toca violoncelo e piano.
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Para ele, o momento intenso de trocas, seja entre os participantes, seja entre alunos e professores, é um dos pontos altos do festival. Ensaiando para o piano masters, no qual se apresenta na quarta-feira, ele apontou a estrutura que recebe os participantes como outro destaques.
-Um teatro assim não é comum em uma cidade que não é a capital do país-, elogia.
Suas impressões de anos anteriores também têm relação com a cidade: limpeza e organização. Agora, ele deseja visitar outros pontos de Santa Catarina, explorando cidades que tenha cultura alemã no Estado.
Silêncio e calor
Pela primeira vez no Brasil, o mexicano Omar Cesar Martinez Ponce, 26, cita as duas primeiras impressões que teve de Jaraguá do Sul: o calor e o silêncio. Morador da Cidade do México, ele estranha tanto a umidade que eleva a sensação térmica, quanto a falta dos ruídos típicos da maior cidade de seu país.
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Junto a um grupo de 12 mexicanos, ele aterrissou no Brasil no sábado. Foi dos colegas que Omar ouviu falar em Jaraguá do Sul, porém foi pelos professores de violino que o jovem decidiu embarcar rumo ao festival – tudo pela possibilidade de aprender com grandes nomes da música erudita. Apesar de ser cedo para dizer o que acha do festival, ele já elogia a organização dos primeiros dias.
Em dose dupla
Ambos já haviam vivenciado o Femusc, porém sozinhos: ele em 2013, ela em 2012. Agora, o casal Juan de Dios Rivas, 30, e Marina Arreseygor, 28, compartilham as experiências do festival em conjunto.
Os argentinos, estudantes de música em La Plata (Marina estuda regência e Juan, música de câmara), voltaram ao País tanto pelo aperfeiçoamento profissional, quanto pelo contato com músicos de diversos países.
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-Aqui há muita gente, é muito plural, e o nível dos instrumentistas é incrível-, sorri Marina.
Tocando violoncelo, ambos participarão de apresentações sociais, integrarão orquestras e grupos de música de câmara.