O Femusc – Festival de Música de Santa Catarina chega à sua 15ª edição com uma programação que chega a mais de 150 concertos dentro e fora dos teatros e salas de concerto de sua sede, a Sociedade Cultural Artística (Scar) de Jaraguá do Sul. A abertura ocorre neste domingo, 19, às 20h30, com a série Grandes Concertos.

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Na apresentação, o público já poderá sentir a grande novidade deste ano quando "La Traviata", criada pelo italiano Giuseppe Verdi para uma ópera na Itália em 1853, será apresentada apenas um pouco antes de "1×0", canção que o brasileiro Pixinguinha fez em 1919 depois de uma vitória da Seleção Brasileira contra o Uruguai. A partir de 2020, o evento oferece também o programa de música popular aos seus alunos e, consequentemente, apresentações destas obras ao público.

— A cada tantos anos, o Femusc diversifica e aumenta suas ofertas educacionais. Adicionamos o violão clássico e o saxofone, o canto lírico e a ópera, e, agora, chegou a vez da música popular — conta o idealizador do evento e diretor-artístico, Alex Klein.

Segundo ele, o momento atual da música brasileira influenciou na decisão. A preocupação com o período de baixa qualidade e de quase perda total da base poética e cancioneira foi um dos motivos para, depois de 14 anos dedicados à música clássica no Femusc, abrir as portas para o popular.

— Ao criarmos o Programa de Música Popular, eu procurei artistas que estejam ativos na MPB e também cientes da necessidade de prepararmos uma nova geração que dê valor aos princípios artísticos desta que é a principal arte vertente da cultura brasileira. — disse.

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O repertório da noite de abertura também tem Tom Jobim, Ivan Lins e Dorival Caymmi, com obras executadas pelos músicos e cantadas pelas artistas do programa de ópera do Femusc. Às 22 horas, ocorre a série Happy Hour, que acontece no Café do Centro Cultural Scar.

O 15º ano também dará a oportunidade do público e dos alunos do evento assistirem o idealizador Alex Klein, apresentando a obra que lhe rendeu um Grammy Internacional. Ele é o único que um brasileiro já ganhou na categoria de música erudita. Klein era o oboísta principal da Orquestra de Chicago quando foi premiado como Melhor Solista Instrumental com Orquestra.

— O "Concerto para Oboé" de Richard Strauss é a obra mais importante do repertório deste instrumento, e eu a tenho apresentado por quase 40 anos. Até hoje, nunca a apresentei no Femusc porque sempre tive receio de me comparar a outros diretores artísticos que utilizam de festivais para sua própria promoção. Porém, ao celebrarmos 15 anos deste lindo evento, eu me propus a dar um presente pessoal a todos que servimos e dar algo de mim, de meu coração — contou ele.

Na programação desta edição também haverá noites dedicadas a períodos históricos da música, como o Romanticismo, e a grandes nomes como Mozart e Brahms. Em 28 de janeiro, a Escola do Teatro Bolshoi no Brasil dança a Suíte de “O Quebra-nozes” sendo acompanhada de uma orquestra. "O Quebra-nozes" tem composição de Tchaikovsky, que também criou para os balés "O Lago dos Cisnes" e "A Bela Adormecida".

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— Teremos uma orquestra de balé acompanhando o Bolshoi neste espetáculo. É o tipo de apresentação que é dificilmente vista inclusive em outros lugares do país — afirma o diretor-executivo do evento, Fenísio Pires Jr.

Confira a programação completa do Femusc em 2020