Conhecida por suas letras de personalidade e que trazem mensagens em prol dos direitos das mulheres, Valesca Popozuda foi uma das primeiras funkeiras a ir além dos bailes da periferia e invadir o mundo do pop. Ela pode até ter ficado mais conhecida no último ano por causa do hit Beijinho no Ombro, mas sua carreira no funk tem mais de 15 anos e começou no grupo Gaiola das Popozudas, de onde pegou o apelido e ficou famosa pelo estilo proibidão – como são chamados os funks com letras que falam de sexo.

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A funkeira é a atração principal do Skol Music Festival, neste sábado no Centreventos de Itajaí. Os catarinenses Nego Joe e Helvéticos também integram o line-up do festival, que ainda conta com o DJ Omulu, integrante do Selo Buuum da Skol, e a Mc Flora Matos. Para entrar no evento, que começa às 20h, basta levar 1kg de alimento não perecível.

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Por e-mail, Valesca Popozuda respondeu a algumas perguntas do DC e falou sobre feminismo, moda e carreira. Leia a entrevista completa:

Beijinho no Ombro pode ser considerada um marco na reviravolta de sua carreira. O que mudou desde seu lançamento?

Com certeza, Beijinho no Ombro foi um presente em minha vida. Quando o público o elegeu como hit, começou uma tão sonhada fase em minha vida. Acredito que todo artista deseja o reconhecimento de seus fãs, da crítica e do público em geral. E é impressionante como a arte não envelhece. Todos os dias sou lembrada com carinho por conta do Beijinho no Ombro. Desejo vida longa!

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Você continua cantando as músicas proibidonas nos seus shows?

Sim, os proibidões fazem parte da vida de todo cantor de funk, apesar das letras mais pesadas terem perdido espaço no mercado. Sabe como é, com a internet a todo vapor, os proibidões não são mais tão proibidos assim. Numa simples busca, qualquer um tem acesso.

Suas letras falam de uma mulher dona de sua própria vida e pregam a liberdade sexual. Você já se declarou feminista. O que é o feminismo pra você?

Feminismo é não calar a voz diante de qualquer desigualdade. Sou das que lutam diariamente para não ter diferença entre ninguém. Não preciso levantar bandeiras sempre, mas defender que temos direitos, ah, nisso ninguém me segura.

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Ao mesmo tempo, Beijinho no Ombro fala de rivalidade feminina, algo que o feminismo considera um mito. Para quem foi feita a música?

Os autores da música fizeram a letra para todos os invejosos de plantão, para quem tem recalque e não aceita a luz do outro. Daí, é só dar um beijinho no ombro e seguir em frente, lacrando.

Recentemente, alguns famosos se posicionaram na campanha “Meu corpo, minhas regras” a favor do aborto. Você acompanhou a repercussão? Qual é sua posição sobre o assunto?

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Sim, acompanhei e apoio a liberdade de escolha. Não julgo quem opta por abortar, temos que saber a causa, os motivos disso tudo. O corpo é de cada um, e as consequências por cada ato, também. Vamos lutar pela liberdade.

Você já virou notícia por estar com looks de grife e usando bolsa Chanel em semanas de moda. Como você é recebida nesses eventos? Já sofreu preconceito por ter vindo do funk?

Uso de tudo. Sou louca por moda. Não tenho essa de marca. Vou de grife de luxo a fast fashion, magazines populares. Gosto mesmo é de estar linda. Qual mulher não gosta? Sobre preconceito, ah, quem não sofreu?

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Você vai receber uma medalha de mérito da Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro por sua posição a favor do direito das mulheres e LGBT, uma música sua tocou recentemente antes do show da Madonna em Praga e você já foi até tema de projeto de mestrado. Como você se sente quando para pra pensar em tudo que já alcançou?

Só agradeço a Deus diariamente por todas as bênçãos que recebo. É tanto presente da vida que só me resta trabalhar, trabalhar e trabalhar para recompensar tudo. Às vezes me pego olhando pro espelho e penso: como a vida é maravilhosa e faz tudo direitinho.

E quais os próximos objetivos que pretende alcançar?

Muitos, mas o que posso adiantar é meu primeiro DVD, que está no forno. Daí, me segura!

Agende-se

O quê: Skol Music Festival com Valesca Popozuda, Flora Mattos, Omulu, Nego Joe e Helvéticos

Quando: sábado (28), a partir das 20h

Quanto: Para participar é preciso levar 1kg de alimento não perecível, que será direcionado para as famílias atingidas pela chuva de 2015 no Vale do Itajaí

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Onde: Centreventos Itajaí (Av. Min. Vítor Konder, 303 – Centro – Itajaí)

Classificação indicativa: 18 anos