27 de janeiro de 2013:

Impasse ou rua sem saída:

Feliz, vivia só numa pequena casa. Tinha quatro passos de frente por dois passos de fundo. Certo dia conheci uma linda moça. A convidei para uma taça de champanha e conhecer minha coleção de botões, (só de camisas, pois não tinha espaço para colecionar objetos maiores). Bum!!! – Explosão de paixão, com muito amor no coração a pedi em casamento e vivermos verdadeiro mar de rosas, me sentia flutuando nas nuvens. Uma semana depois chegou sua filha adolescente que estava estudando no exterior. Dezessete malas de compras, livros e mais compras.

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Três dias depois chegou a mãe da mulher amada, que logo a chamei de “minha sogra”. Distinta senhora, viúva com três gatos e vários vasos de samambaia chorona. Na disto cabia nos limites pequenos dos meus metros quadrados. Comecei a construir “puchados”. Um daqui pra lá, outra de lá pra cá e subi vários andares. No decorrer das obras, com muitos operários, poeira e barulho, chegou meu novo cunhado com sua mulher (grávida) e três filhos pequenos. Semanas depois, vieram morar no meu “ninho”, alguns parentes meus do Sul. Logo depois, os parentes dos meus parentes, que são do Norte. Bem!!!, por fim, apareceu uma moça com um menino e dizendo que o filho era meu. Acompanhado de um advogado e uma policial. Traziam pronto o DNA como prova.

Sem saída, fui obrigado a aceitar e assumir a paternidade do garoto, mesmo achando meio estranho a cara do menino. Não se parecia nem pouco comigo. Cabelos muito pretos e lisos, nariz pequeno, olhos escuros e muito puchados. Bem!!! Deixa pra lá, deve ser do lado da mãe, que não consegui lembrar quando e onde conheci. Ela era simpática e gentil. Comecei a ter carinho pelo menino, quando ela me informou que ia chegar, vindo do interior de São Paulo, o seu primo. Também iria ficar morando nos mil “puchados” que fiz… Tudo bem!!! Agora tínhamos bastante espaço. Até mesmo para minha coleção de botões, agora tem até botões e fivelas de casacos, que são maiores. Na sexta-feira última chegou o primo da mulher que é mãe do meu filho. Veio de mala e cuia. Alto e muito forte, lutador de sumô, pois ele é oriental e tem a cara do menino “meu filho”. Hoje, voltei a morar só e feliz. Debaixo de uma ponte, condenada e que não passa ninguém.

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