Com mudanças no regulamento, a organização da Stock Car buscava mais emoção. Conseguiu: na primeira prova do ano, com pista molhada em certos pontos e seca em outros de Interlagos, não faltaram trocas de posição, rodadas e velocidade e, no final das contas, o estreante Felipe Fraga se tornou o piloto mais jovem a vencer uma corrida de Stock, entregando seu carro em terceiro lugar e, com um pit perfeito, viu sua dupla, Rodrigo Sperafico, assumir a liderança e abrir grande distância ao segundo colocado. Fraga tem 18 anos.
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– Isso é um sonho, nem imaginei estar aqui. Quero agradecer todos que estão torcendo e o Rodrigo que correu muito bem depois do pit. Vai demorar pra cair a ficha, mas agradeço muito ao Mauro Vogel (chefe de equipe), esse carro parecia estar correndo em pista seca, mas na chuva! – disse Fraga.
– A troca foi fundamental. Quero agradecer ao Felipe porque desde que ele me convidou eu sabia que teríamos uma grande chance. Eu fiquei sem rádio na corrida e não sabia o andamento de nada, só continuei acelerando o máximo que pude – completou Sperafico.
A dupla Valdeno Brito/Jeroen Bleekemolen ficou em segundo lugar, seguido por Marcos Gomes/Mauro Giallombardo. O líder da primeira parte da prova foi Cacá Bueno, que viu seu companheiro Pato Silva devolver o carro em sétimo.
Antes da largada, os pilotos fizeram mistério sobre qual seria o pneu utilizado. A pista estava molhada em certos pontos, mas a chuva já havia passado. Ainda assim, todos os pilotos decidiram largar com pneus de chuva.
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E antes mesmo do início da prova, uma supresa: Thiago Camilo, um dos favoritos, abandonou com problemas no câmbio.Cacá Bueno, que largava em primeiro, manteve a posição, ao contrário de Felipe Fraga, que largou mal e cai pra quarto. Daniel Serra, saindo em terceiro, tomou a posição de Fraga e atacou Cacá, que conseguiu manter posição, após o ataque e tomada de posição de Valdeno Brito em cima de Daniel. Ao fim da primeira volta, de forma arrojada, Fraga “empurrou” Daniel na curva, ultrapassou-o e, ao fim da primeira volta, retornou à sua posição de largada.
Após três voltas lançadas, Rubens Barrichello tentou ultrapassagem em Denis Navarro e ambos rodaram, com isso, causou um acidente com três pilotos. O carro de Navarro rodou e, ao tentar voltar para a pista, foi atingido por Vitor Genz, que também se chocou com Max Wilson. Ambos os pilotos abandonaram, mas nada de mais grave aconteceu.Após o acidente, o safety car foi chamado à pista e, na relargada, Felipe Fraga novamente não se saiu bem, caindo do segundo para o quinto lugar e retornando à terceira posição após uma volta. No pelotão de trás, as posições se alteravam a cada curva.
Na metade da prova, os 5 primeiros se mantinham, na ordem, em Cacá Bueno, Valdeno Brito, Felipe Fraga, Daniel Serra e Marcos Gomes. E então foi dado início às trocas de pilotos. O líder Cacá foi o primeiro a parar para a troca, com quase 21 minutos para o fim da prova e, na sequencia, todos os pilotos fizeram as trocas de pilotos. A 15 minutos do fim, a ordem do grid já mostrava Rodrigo Sperafico na liderança, com Bleekemolen em segundo, Giallombardo em terceiro e Mark Winterbottom em quarto.
Alessandro Pier Guidi e Pato Silva protagonizaram uma “briga interna” na equipe Red Bull, com toques, rodadas e diversas trocas de posições entre si, inclusive com uma punição à Pato por conduta anti-desportiva, ao forçar a rodada do carro de Guidi. A diferença técnica entre os pilotos convidados era visível, com grandes lacunas sendo formadas na pista, o que não foi visto na primeira parte da corrida, mais equilibrada.
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No fim, com grande distância ao segundo colocado, a dupla do estreante Felipe Fraga e do experiente Rodrigo Sperafico chegou à vitória, com uma boa estratégia de pit-stop e grande corrida do convidado. Fraga, que acompanhou a chegada de Rodrigo na grade da reta, não se conteve e chorou muito após a prova.
1 – Felipe Fraga/Rodrigo Sperafico – 52m56s982
2 – Valdeno Brito/Jeroen Bleekemolen – 53m02s885
3 – Sergio Jimenez/Mark Winterbottom – 53m08s041
4 – Daniel Serra/Alessandro Pier Guidi – 53m14s931
5 – Átila Abreu/Nelsinho Piquet – 53m15s692
6 – Cacá Bueno/Pato Silva – 53m15s917
7 – Tuka Rocha/Craig Dolby – 53m19s071
8 – Rubens Barrichello/Augusto Farfus – 53m22s256
9 – Popó Bueno/Gabriel Ponce de Leon – 53m24s914
10 – Marcos Gomes/Mauro Giallombardo – 53m07s786 (terminou em 3º, mas foi punido)
11 – Julio Campos/Fabio Carbone – 53m29s081
12 – Galid Osman/Cesar Ramos – 53m33s148
13 – Nonô Figueiredo/Miguel Molina – 53m34s053
14 – Bia Figueiredo/Duda Pamplona – 53m47s152
15 – Ricardo Zonta/Diego Aventin – 53m28s547 (terminou em 11º, mas foi punido)
16 – Luciano Burti/Ricardo Rosset – 53m52s421
17 – Ricardo Mauricio/Oswaldo Negri – 53m35s757 (terminou em 15º, mas foi punido)
18 – Raphael Matos/Felipe Maluhy – 53m57s304
19 – Gabriel Casagrande/Enrique Bernoldi – 53m58s540
20 – Lucas Foresti/Antonio Jorge Neto – 53m58s575
21 – Antonio Pizzonia/Bruno Senna – 54m01s518
22 – Felipe Tozzo/Claudio Ricci – 54m03s922
23 – Fabio Fogaça/David Muffato – 54m07s804
24 – Rafael Suzuki/Giuliano Losacco – 54m15s520
25 – Felipe Lapenna/Chico Serra – 53m57s901 (terminou em 19º, mas foi punido)
Não completaram:
26 – Diego Nunes/Jaime Melo
27 – Beto Cavaleiro/Fabio Carreira
28 – Vitor Genz/Vitor Meira
29 – Denis Navarro/Alvaro Parente
30 – Max Wilson/Dean Canto
31 – Allam Khodair/Bruno Junqueira
32 – Alceu FeldmannRoberto Merhi (punido com a perda de 15 posições no grid da próxima corrida)
33 – Thiago Camilo/Lucas Di Grassi