A trajetória dos irmãos Felipe, 26 anos, e Lucas Vezaro, 22, é marcada por poucas diferenças. Apaixonados pelo basquete, ambos iniciaram a prática do esporte na infância, jogaram profissionalmente e precisaram deixar as quadras devido a complicações de saúde. Há coincidências até no retorno dos joinvilenses ao esporte. Foi no Basquete Joinville que eles tiveram a oportunidade de retomar a carreira e ajudar o time a voltar às competições nacionais.

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Felipe foi o primeiro a seguir os passos do pai, o fisioterapeuta Claudio, que chegou a jogar na Seleção Brasileira. O ala começou se destacando nas competições estudantis. Fez história em estaduais até ser indicado, aos 17 anos, para a Seleção sub-18. O destaque nas quadras rendeu uma bolsa de estudos nos Estados Unidos. Na volta para o Brasil, foi contratado pelo Bauru, time onde, fatidicamente, Felipe sofreu três lesões no mesmo joelho no intervalo de dois anos.

– Praticamente não joguei pelo Bauru porque na maior parte do tempo estava em recuperação – conta o primogênito.

O trauma causado pelas consecutivas contusões desanimou o ala-armador a ponto de ele não pensar em voltar a jogar. Felipe pensava em se dedicar à faculdade de fisioterapia e seguir a carreira dos pais. O irmão também tinha se desanimado após passar por um período intenso de quimioterapia.

Lucas descobriu um tumor maligno no sistema linfático quando também recém-havia deixado o Bauru. O caçula dos Vezaro também teve passagem pela base da Seleção Brasileira e seguiu os passos do irmão nos Estados Unidos. O desgaste por causa do tratamento fez com que Lucas, que tinha apenas 19 anos, pensasse em dar um tempo.

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– Fiquei muito depressivo no início do tratamento. Eu nem pensava em voltar a jogar, só na minha recuperação – lembra Lucas.

Recuperados, Lucas e Felipe receberam proposta para ressuscitar o basquete profissional na cidade, reacendendo a esperança dos dois de voltar a brilhar nas quadras. A reestreia do Joinville nas competições fora do

Estado foi na Liga Ouro de 2017, ficando com a vice-liderança. O convite que os irmãos receberam de Kelvin Nunes Soares, nome à frente da reconstrução do time, soou como incentivo de retomar o sonho de contribuir com o esporte. A aposta foi compensada. Lucas voltou a ser considerado uma jovem promessa das quadras.

Em dezembro, Felipe teve o maior aproveitamento de cesta de três pontos pelo NBB, além de ser um dos cestinhas do time.

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– Quando eu voltei a treinar, percebi que o meu talento ainda não tinha acabado, que dava para retomar a carreira e voltar a dar orgulho para a minha cidade – afirma Lucas.

* Texto: Rafaela Mazzaro, especial