Três dias depois do aniversário de 191anos do grito de independência, colonizador e colonizado se reencontram nos Estados Unidos, primeiro país a reconhecer o Brasil como nação. Às 22h, a Seleção Brasileira encara Portugal no gramado do Estádio Gillette, em Foxboro, a 35 quilômetros de Boston.

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O amistoso também marcará o reencontro entre Felipão e a seleção portuguesa, que ele levou ao vice-campeonato europeu e às semifinais da Copa do Mundo de 2006. Como técnico de Portugal, Scolari, como era chamado pelos portugueses, nunca perdeu para a Seleção. Foram dois amistosos e duas vitórias lusitanas.

– Tenho cidadania italiana, mas considero Portugal como minha segunda pátria. Lá, vivi seis anos fantásticos. Certamente, vou sentir aquele aperto no coração – disse Felipão, em entrevista após o treinamento de segunda-feira, quando também anunciou que o goleiro Julio César estará no Mundial.

Ausente na goleada sobre a Austrália, com uma entorse no tornozelo direito, Oscar treinou na última atividade e deve ser titular. A novidade pode ser a saída de Bernard, substituto de Hulk, para a entrada do meia. O volante Ramires permanecerá no time, ao lado de Paulinho e Luiz Gustavo.

Enfrentar Portugal sem sua principal estrela, Cristiano Ronaldo, é mais fácil, mas não quer dizer que o jogo será simples para o Brasil. A “Seleção das Quinas”, como é chamada, tem um time forte, com jogadores que atuam em grandes clubes da Europa, como o lateral-esquerdo Fábio Coentrão e o zagueiro Pepe, do Real Madrid, por exemplo.

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– Portugal continua a ser uma boa equipe mesmo sem ele (Cristiano Ronaldo). Os jogadores, quando ele não está, querem mostrar mais serviço – afirma Rui Miguel Melo, repórter do principal jornal de esportes português, A Bola.

Nani, meia-atacante do Manchester United, da Inglaterra, substituirá Ronaldo, poupado para tratar de uma tendinite na coxa esquerda. Na sexta-feira, o jogador do Real Madrid marcou três gols, virou o jogo sobre a Irlanda do Norte(4 a 2) e garantiu Portugal na ponta do Grupo F das Eliminatórias.

Cristiano Ronaldo ultrapassou o craque Eusébio e se tornou o segundo maior artilheiro da seleção, com 43 gols em 106 jogos. Está atrás apenas de Pauleta, hoje aposentado, que marcou vários de seus 47 gols sob a batuta de Felipão. A equipe do técnico Paulo Bento, 44 anos, atua no 4-3-3, com três homens de frente. O sistema é ofensivo, mas Nani e Vieirinha (do Wolfsburg-ALE), os atacantes pelas pontas, recuam quando o time está sem a bola. Hélder Postiga, do Valencia, será o centroavante. Brasil e Portugal se enfrentaram 19 vezes, com 12 vitórias brasileiras, quatro vitórias portuguesas e três empates.

Foto: Arte/ZH