O técnico Luiz Felipe Scolari condenou a ideia do “coitadismo” que o brasileiro costuma passar ao menosprezar o seu futebol e o seu país diante do estrangeiro. Lembrou que o Brasil é pentacampeão do mundo, vencedor de quatro Copa das Confederações, portanto, é pouco inteligente considerar que o adversário europeu é quem sai com a vantagem.
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Para Felipão, a França, assim como as grandes seleções do mundo, tem de apresentar mais do que o Brasil neste momento.
– Não somos coitadinhos, todos admiram o nosso futebol, o europeu quer investir no país, não precisamos falar de nossas mazelas aqui e ali, porque temos uma grande importância, representatividade e temos tradição – falou Luiz Felipe.
O técnico lembrou que, dos 23 convocados, 14 conseguiram títulos em seus clubes e isso confere à Seleção um grau de eficiência muito grande.
– Eu falei aos meus jogadores, se o Brasil é ocupa hoje apenas o lugar 22 no ranking da Fifa, eles não têm nada a ver com isso. O ranking, todos sabem, é porque o Brasil não tem somado pontos em classificatórias. Portanto, os meus atletas não precisam se considerar culpados.
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Felipão garante ter visto melhorias no time – embora o grupo esteja apenas há 10 dias juntos.
– Não sei se a França é o grande teste da Seleção antes da Copa das Confederações. Pode ser, mas tivemos uma belo teste contra a Rússia, que nos mostrou um sistema diferente. O importante é o crescimento do Brasil.
Treinamento tático para o mesmo time
Bem humorado, Felipão brincou com a escalação do seu time diante dos repórteres. Mas confirmou a equipe com Marcelo na lateral esquerda e com um meio de campo com Paulinho, Luiz Gustavo, tendo à frente Oscar, Neymar e Hulk e o centroavante Fred.
– Meu time está definido. Vou com Marcelo. Mas é possível que haja algumas mudanças.
Mexidas durante o jogo deste domingo contra a França certamente vão acontecer. Até porque este é o último teste. Despois disso, é a estreia da Copa das Confederações contra o Japão, no dia 15.
– Não posso fazer observações durante a competição, não é? – completou Felipão.
A balança começa a ajudar
Uma prova da confiança de Felipão a seu time é a inconfidência que ele cometeu ao falar de dados técnicos de seus jogadores, que normalmente são mantidos em segredo. Felipão festejou o fato de Neymar ter definido a vida dele (ao se transferir para o Barcelona) e ter recuperado os dois quilos que havia perdido. Citou também o caso de Marcelo, que se recupera aos poucos de lesão e já perdeu os dois quilos que tinha a mais.
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– Uma série de coisas indicam que tudo está correndo bem.
Talvez o que falta dentro de campo é uma ou várias vozes de comendo. Thiago Silva havia declarado em coletiva neste sábado que falta essa voz à Seleção. Felipão concorda. Sua tese é que, na medida em que o grupo convive mais tempo, os jogadores estarão se sentindo autorizados para falar e comentar com o colega.
– É uma questão de tempo. Eu não tenho esse problema, por exemplo: alguns dizem que eu falo demais.