A ministra da Cultura, Marta Suplicy, comparou neste domingo o comando da Comissão de Direitos Humanos e Minorias do Congresso Nacional à uma “tragédia grega”, em referência à presidência do deputado Marco Feliciano (PSC-SP).

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– Atingimos o ápice do desrespeito aos direitos humanos, com uma pessoa com um discurso homofóbico presidindo a comissão -, disse, durante entrevista coletiva de apresentação da 17ª edição da Parada do Orgulho Gay de São Paulo.

Deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) e a ministra da Cultura, Marta Suplicy, acenam durante a Parada Gay, em São Paulo

Foto: Nelson Antoine, Estadão Conteúdo

Segundo ela, a realização da parada, que acontece neste domingo na região da Avenida Paulista, serve como um contraponto a manifestações e propostas encaminhadas por setores contrários à liberdade de orientação sexual.

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– Precisamos ouvir coisas como um projeto de cura gay, como se isso fosse doença -, disse.

Marta avaliou que as transformações da sociedade precisarão partir de fora do Congresso e elogiou a atuação do Poder Judiciário.

– Pelo que se vê dali (Congresso), nada vai acontecer.

O deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) ressaltou que foram criadas frentes parlamentares destinadas aos diretos de gays, lésbicas e travestis.

– Isso é um contraponto à Comissão de Direitos Humanos, para que essa pauta não saia do Congresso -, afirmou.

Wyllys defendeu ainda a aprovação do projeto em tramitação no Congresso que torna mais rígidas as penas de lesão corporal e assassinato enquadrados em crimes de homofobia.

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– Nos preocupa a composição da comissão de direitos humanos que encaminha projetos como o da cura gay, entre outros retrocessos -, disse o presidente da Associação da Parada do Orgulho GLBT, Fernando Quaresma.

– Ao invés disso, deveriam se preocupar com problemas na educação, saúde ou drogas -, complementou.