Ovacionado por uma multidão. Foi sob o som de aplausos e gritos que o pastor e deputado federal Marco Feliciano (PSC-PT) chegou ao ginásio Irineu Bornhausen, em Camboriú, na noite deste sábado. O parlamentar foi ao local para assistir a pregação, mas acabou quebrando o protocolo e pediu a palavra.
Continua depois da publicidade
Para milhares de fiéis que estavam presentes, ele disse que passou por um “vendaval” recentemente e prometeu comentar o caso neste domingo. Feliciano chegou ao ginásio sob escolta e não usou a entrada principal que leva ao púlpito. A equipe de segurança do 31º Congresso de Gideões e Missionários da Última Hora parece ter encontrado uma entrada alternativa para o deputado conseguir driblar quem o aguardava naquela que é a única entrada conhecida para o palco.
Por volta das 20h40, aplausos e gritos de “aleluia” denunciavam a chegada do deputado ao congresso. Acompanhado da esposa, ele tomou lugar na primeira fila sobre o palco para acompanhar a pregação. Antes do pastor Samuel Ferreira, de São Paulo, iniciar sua fala, a mais aguardada da noite, o parlamentar pediu a palavra.
De posse do microfone, Feliciano admitiu estar passando por um período conturbado e agradeceu a solidariedade da família do pastor Ferreira.
Continua depois da publicidade
_ Geralmente eu não faço isso eu queria agradecer a família Ferreira.
O deputado explicou que no meio desse “vendaval todo” o bispo Manoel Ferreira, pai do pastor Samuel Ferreira, esteve em seu gabinete para lhe apoiar.
_Ele falou no meu ouvido: ‘aguenta firme, porque não é você, nem o seu partido, é a igreja que está sendo afrontada’ _ disse, depois de mencionar que falará sobre o caso durante sua pregação no domingo.
Assim que a fala de poucos minutos terminou a multidão novamente se alvoroçou em apoio ao parlamentar. O pastor Samuel Ferreira pegou então o microfone e começou seu discurso aos fiéis, enquanto Feliciano se acomodava novamente.
Continua depois da publicidade
Dezoito protestam contra o deputado
Antes da entrada de Feliciano, que ocorreu quase como um passe de mágica, dezoito pessoas protestaram contra a vinda do deputado ao evento em Camboriú. A informação foi confirmada por um dos coordenadores de segurança do congresso, Dener Mendes. Mendes contou que os manifestantes estavam com roupas comuns e não houve um grande tumulto. Eles teriam avistado o pastor pouco antes dele entrar no ginásio e gritado palavras de ordem. Nenhum outro tumulto foi registrado.
Questionado sobre a entrada usada por Feliciano para chegar ao palco do ginásio, o coordenador riu e confirmou que ele havia feito um caminho alternativo e bem rápido. _ É tudo muito rápido, ele sai do carro, fazemos uma breve oração e ele já entra _ diz. O parlamentar não chegou acompanhado de seguranças particulares, apenas pelos fornecidos pela organização do congresso.
O 31º Gideões conta com 260 profissionais de segurança, além da Polícia Militar que reforça o policiamento pelas ruas. Feliciano fará pregações de manhã e à tarde neste domingo. Ao deputado, que preside a Comissão de Direitos Humanos da Câmara, são atribuídas declarações de homofobia e racismo.
Continua depois da publicidade