Bem longe dos shopping centers e centros comerciais, um novo point de compras está conquistando os moradores de Santa Catarina. E não é para menos: entre discos, artigos retrô, roupas e livros usados, as feirinhas de rua oferecem a chance de levar para casa o “tesouro” que alguém não quer mais. A preço acessível, é possível pechinchar antiguidades e relíquias para enfeitar a casa, embelezar o guarda-roupa ou trazer o velho toca-discos de volta à vida.

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– Quando falamos em comportamento de consumo, é interessante ter em mente o que as pessoas estão procurando. Muitas vezes o produto é só um detalhe. Nas feirinhas elas encontram atendimento especial. Há uma dimensão afetiva na forma em que interagem – analisa Carlos Roberto de Oliveira Nunes, professor de Psicologia da Furb.

Em Blumenau, a precursora da tendência é a Feirinha da Servidão Wollstein. Prestes a completar um ano de atividades, o evento que ocorre sempre no segundo domingo do mês soma mais de 5 mil visitantes em oito edições. Segundo Giovanni Ramos, um dos organizadores, a ideia inicial era criar uma atividade para animar os domingos da cidade.

– A resposta foi fantástica. Recebemos apoio e incentivo de todas as partes para continuar. O que nós percebemos é que o público não quer apenas feirantes e coisas para comprar. Quer um evento cultural, quer atrações para passar o fim de tarde e começo da noite de domingo. Há 10 anos não tínhamos opções variadas aos domingos. Hoje quase todos os bares estão abrindo. É uma tendência e a Feirinha se encaixa nela – destaca.

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Evento em Blumenau traz novidades

Marcada para as 15h deste domingo, a 9a edição chega com três novidades: lançamento literário, exposição fotográfica e show de mágica. Em outubro, a organização pretende trabalhar para atrair os turistas que vêm à cidade para a Oktoberfest. Já para a edição de aniversário, em dezembro, a proposta é realizar promoções natalinas e até uma ação social com passeio ciclístico. Ramos comenta que a expectativa é de que o evento cresça cada vez mais.

– Acredito que os feirantes vão acabar assumindo. Não vejo uma empresa administrando a feirinha no futuro e sim uma associação que reunirá os feirantes mais assíduos – afirma o organizador.

Frequentadora da Feira – tanto como visitante como expositora -, a escritora Cláudia Iara Vetter diz que participar de movimentos culturais é um ato de cidadania.

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– Além da contemplação das apresentações culturais e troca de conhecimentos entre os participantes, é uma oportunidade de ocupar os espaços da cidade.

Agende-se

O quê: Feirinha da Servidão

Quando: segundo domingo do mês, das 15h às 20h

Onde: No Butiquin Wollstein (Rua Mal. Floriano Peixoto, 89, em Blumenau)

O quê: Feira Viva a Cidade

Quando: sábados, das 9h às 16h

Onde: nas ruas Saldanha Marinho, Nunes Machado, Antônio Luz, João Pinto, Tiradentes, Victor Meirelles e na Travessa Ratcliff, no Centro de Florianópolis

O quê: Feira do Príncipe

Quando: no segundo domingo do mês, das 9h às 16h

Onde: Rua do Príncipe, entre as ruas Jerônimo Coelho e das Palmeiras, no Centro de Joinville