A quinta edição do Feirão de Empregos de Florianópolis, no qual foram entregues cerca de 15 mil currículos, promoveu mudança nas perspectivas de vida de muitos participantes que, mesmo passado o evento, continuam tendo suas carteiras de trabalho assinadas ou firmando contratos de estágio.
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Além das aproximadamente 1,5 mil vagas de empregos para preenchimento imediato e de inscrições em cursos profissionalizantes e treinamentos gratuitos, outras contratações ficaram de ser feitas, gradativamente. Os currículos que “sobraram”, após o feirão, foram encaminhados ao Balcão de Oportunidades Municipal (BOM).
Na próxima segunda-feira (20), as estudantes Ana Beatriz Santana Francisco, que faz supletivo, e Kauany de Oliveira, que cursa o 3º ano do Ensino Médio, ambas de 16 anos, vão começar a trabalhar como atendentes numa mesma loja de roupa fitness, no Centro da cidade. O contrato de estágio foi assinado nesta sexta-feira (17).
Ana Beatriz se sentiu privilegiada com a oportunidade que aguardava há quatro meses, e que ainda não chegou para muitos de sua roda de amigos. No próximo mês, poderá contar com os R$ 450 que receberá pelas 4h diárias de trabalho, além do auxílio-transporte.
Mas se a remuneração parece irrisória para muitos, para outros, alimenta sonhos. É o caso de Kauany, que perdeu o pai em janeiro e pretende conciliar estudo e trabalho a fim de ter recursos para alcançar seus objetivos. “Quero fazer faculdade, e depois Mestrado. Se passar na UFSC ou na UFGRS, o dinheiro vai ser para montar uma clínica”, disse a garota, que quer ser médica veterinária.
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“Vai mudar para melhor”
Na quarta-feira (22/06), será a vez da haitiana Lydie Santara Emmanuel, de 25 anos, assinar sua carteira de trabalho para começar a desempenhar a função de camareira num hotel que também fica na região central da cidade. Em Florianópolis há dois anos, vinda de Porto Príncipe, onde perdeu familiares no terremoto de 2010, ela procurava emprego fazia dois meses.
“Agora vai mudar para melhor porque precisava de dinheiro para mandar para os meus filhos, pagar aluguel e fazer compras. Desempregada não estava nada bom”, comentou ela, que deixou dois filhos no país de origem, e pretende trazê-los para morar junto. Lydie terá renda mensal de R$ 1.158 para uma jornada de 8h diárias, mais vale-transporte e vale-alimentação.
Mas, como a haitiana fala fluentemente o inglês e o francês, além da sua língua nativa, a crioula, e agora, o português, tem chances de ser promovida no hotel, em breve.