A memória da artista blumenauense Bianca Mayara Wachholz segue viva na cidade em ações de conscientização para que mais mulheres não sejam vítimas como ela. Assassinada dentro da casa da mãe no fim de julho deste ano pelo ex-namorado, Bianca vai dar nome a um instituto que está sendo criado pelos pais e amigos da jovem com o objetivo de prestar apoio a outras mulheres vítimas de violência doméstica na região.
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Para tirar o Instituto Bia Wachholz do papel, ações para arrecadação de dinheiro têm ocorrido em Blumenau e uma será neste sábado. O Fashion Lab, espaço colaborativo onde Bianca estudou e colaborou — inclusive com a pintura do mural da artista Frida Kahlo, que virou espécie de memorial depois do crime — vai receber uma feirinha de moda autoral e economia colaborativa, além de um brechó que terá 10% da renda destinada ao instituto.
Organizadora do evento e também apoiadora da criação do Instituto Bia Wachholz, Simone Passarin explica que a verba é necessária para a legalização e fundação oficial do instituto, que na prática já está pronto e, inclusive, já foi responsável por workshops e pequenas ações em parcerias com outras entidades como o Creas (Centro Especializado de Assistência Social) e a Casa Eliza — abrigo para mulheres vítimas de violência doméstica.
O caso Bianca
Atualmente o caso do assassinato de Bianca Wachholz segue na Justiça à espera de um julgamento. Everton Balbinott de Souza, o ex-namorado da jovem, confessou o crime e deve ir para júri popular responder pelos crimes de homicídio qualificado por feminicídio, motivo torpe e dificuldade de defesa da vítima, além de ameaça e porte ilegal de arma de fogo.
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Tramita na Justiça também um recurso da defesa de Everton, que depois de ter o pedido de liberdade provisória negado na primeira instância, entrou no dia 27 de novembro com um recurso na segunda instância, no Tribunal de Justiça de Santa Catarina, na Capital.
Relembre o crime
– A artista Bianca Mayara Wachholz, 29, foi morta no dia 25 de julho dentro da casa da mãe, na Itoupava Central. O ex-namorado dela, Everton Balbinott de Souza, teria invadido a residência e atirado no rosto da jovem. A mãe de Bianca estava na casa e presenciou o crime.
– O acusado fugiu e chegou a se apresentar na delegacia no dia seguinte ao crime, onde ficou em silêncio durante o depoimento e foi liberado pois o mandado de prisão preventiva ainda não havia sido autorizado pela Justiça. Dois dias após o crime, no dia 27 de julho, Everton foi preso na casa de parentes e levado ao Presídio Regional de Blumenau, onde segue até o momento.
– Ativista em ações de direitos das mulheres e idealizadora de um projeto que promoveria conversas e palestras em Blumenau com renda revertida para mulheres vítimas de violência doméstica, Bianca foi homenageada em diversos locais nos dias seguintes ao crime.
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