Quem passou pela praça Nereu Ramos na abertura da 6ª Feira do Livro de Joinville, nesta quarta-feira, teve a oportunidade de “comprar palavras”. A ideia era a proposta da peça “O Vendedor de Palavras”, da Cia. Teatral Mototóti, de Porto Alegre. Sob a manhã ensolarada, os personagens venderam palavras e multiplicaram pensamentos e, em troca, pediram sentimentos, olhares, gestos e sorrisos.
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A solenidade de abertura também contou com a presença da banda do Corpo de Bombeiros de Joinville e do prefeito Carlito Merss. O convidado da noite será Lira Neto, biógrafo de Maysa. As atividades seguem até o dia 9 de abril, das 9h30 às 21 horas.
A movimentação entre os estandes ainda era tímida, os olhares – a maioria adultos -se voltavam ao espetáculo teatral. O tema da peça surgiu da crônica de Fabio Reynol, com a mensagem de que o País vive uma espécie de “indigência lexical”. Restava ao personagem pegar o dicionário, mesa e cartolina e sair ao mercado a fim de ganhar espaço na rua. Assim como o personagem, as palavras pedem mais espaço em Joinville.
Para Silvestre Ferreira, presidente da Fundação Cultural, a feira pode ser considerada o passo inicial de um conjunto de ações para incentivar à cultura.
– O evento em si não consegue dar conta de tudo, ele é só a ponta para a criação de mais atividades – comenta.
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O presidente acredita que o estabelecimento chama a atenção da cidade.
– É um local onde as pessoas podem se juntar e discutir literatura – acredita.
No discurso de abertura, Carlito propôs o crescimento da feira. Sueli Brandão, organizadora do projeto, atenta para o número de atividades realizado durante os dias:
– Tem opções para todos os tipos de público, seja criança, adolescente ou adulto.
Além dos livros, atrações paralelas como contação de histórias, bate-papo com escritores e mostra de curtas-metragens são os atrativos da praça.
– Queremos estimular o acesso do público ao universo literário e também promover o fortalecimento da literatura local, porque muitos escritores não têm a oportunidade de publicar obras.
O preço também é acessível: há obras a partir de R$ 1. Eduardo Victor Nascimento, dez anos, já encontrou seu espaço no estande de literatura infantil. Com livros na mão, o garoto tem a difícil tarefa de escolher um exemplar.
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– Gosto muito de ler tudo, mas prefiro os que contam histórias de animais – explica.
Sem largar o livro “O Rei Leão”, Eduardo é frequentador assíduo da biblioteca da escola.
– Sempre participo quando a professora traz livros para a gente – afirma.