Na Feira do Livro de Joinville, que começou na sexta-feira,7, e vai até o próximo domingo, 16, são raros os horários em que não há riso ou fala de criança e programação voltada para os jovens leitores: são quase 50 atividades para a faixa etária até 18 anos, entre encontro com escritores, lançamentos de livros, oficinas e apresentações artísticas.
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É comum que a literatura infantojuvenil seja, até mesmo, mais valorizada por ser usada como ferramenta de aprendizagem, mesmo que, para seu público-alvo possa se parecer muito mais com um brinquedo.
Feira do Livro de Joinville 2019: confira a programação completa
Os autores que participam do evento literário de Joinville neste fim de semana levantam a bandeira da literatura como lugar de crescimento e de diversão — fatores que, eventualmente, também irão colaborar com o desenvolvimento esperado por quem a encara mais como um material didático do que como objeto que fará parte do dia a dia para sempre.
— Quando a gente está vivenciando uma história, o exercício de fantasiar é criar o que não existe. Tudo o que existe no mundo que não faz parte da natureza é porque o homem criou, e criou porque fantasiou, porque teve que imaginar coisas que não existiam — analisa o escritor Tino Freitas, que veio à cidade no primeiro dia de Feira para palestrar sobre a relação entre o livro e o brinquedo.
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Autor premiado com o Jabuti e com selos como o Altamente Recomendável para Crianças da FNLIJ em suas obras, ele acaba de lançar “A Tromba”, que tem um design diferente para abrigar uma história contada em forma de poesia. Há 13 anos, ele atua em um projeto que semanalmente reúne crianças da Ceilândia, periferia de Brasília, para ouvirem contações de histórias e buscarem livros.
— Ler para uma criança é pelo menos dar a oportunidade que ela seja uma criadora e possa inventar um mundo para ela, ou até para o mundo inteiro. A boa literatura serve também para que a gente se reconheça. Porque ela tem esse papel de ser o retrato do homem no seu tempo, como era no tempo do Monteiro Lobato, como é no tempo de hoje. É uma importante ferramenta para que a gente se torne melhor — analisa Tino.
Em um mundo em que a literatura infantil compete com as infindáveis opções de entretenimento disponíveis pela tecnologia, a oferta de livros que ampliem as possibilidades de interação e ofereçam formatos que despertem a curiosidade podem ser soluções para o interesse aumentar.
— O livro é como a televisão: você pode assistir a um documentário ou a uma comédia. São coisas distintas pela mesma mídia. Você pode fazer um livro divertido, mas com qualidade, e também com temas mais sérios. Cabe tudo, sem exclusão — analisa ele.
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