Uma das formas mais eficazes para a assimilação do aprendizado é tornar o aluno protagonista do seu próprio conhecimento. Isso implica em capacitá-lo para construir a sua experiência educacional, em uma abordagem que considere o contexto em que ele vive, ampliando o olhar para além da sala de aula e contemplando cotidiano e posição no mundo.
Continua depois da publicidade
Considerado o ensino do futuro, esse modelo se utiliza da criatividade e da interação como alavancas do aprendizado, em que grande parte do conteúdo é aprendido na prática, e não em aulas expositivas. A metodologia nasceu em centros de educação considerados os mais modernos do mundo na Europa, Estados Unidos e Finlândia, e há alguns anos já está presente em algumas escolas brasileiras, inclusive em Florianópolis.
Nos anos 1970, o pesquisador James Heckmann, Nobel de Economia, mostrava que ter curiosidade, saber planejar e trabalhar em grupo é mais importante do que aprender disciplinas obrigatórias de maneira tradicional. Só recentemente, porém, esse método foi adotado na educação formal. Esse modelo prepara alunos para enfrentar um mercado de trabalho que está se transformando velozmente e que no futuro terá novas profissões.
É dentro desse conceito que as Feiras de Ciências alcançam a plenitude de seu propósito: permitir ao aluno construir o próprio conhecimento, com pesquisa e experimentação. Um ensino de relevância não se utiliza mais das feiras apenas para expor trabalhos bonitos que dão ao orgulho aos pais pela criatividade dos filhos, e sim transforma esses eventos no ápice do aprendizado que é construído ao longo de todo o calendário escolar.
O que buscamos em uma feira é a representação de uma proposta pedagógica, um momento para vivenciar o resultado de um aprendizado integrado, construtivista, conectado a um amplo programa de ensino. Assim, a tela exposta por uma criança da educação infantil não é só uma pintura. É o resultado de uma atividade ao longo de vários meses de experimentação no aprendizado da arte, muitas vezes interdisciplinar.
Continua depois da publicidade
*Roberta Diener é diretora escolar em Florianópolis