A Federação dos Pescadores de Santa Catarina defende que é possível pescar na área da Reserva Biológica Marinha do Arvoredo, na Grande Florianópolis, sem causar prejuízos ao meio ambiente.

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Neste domingo, reportagem do programa Estúdio Santa Catarina, da RBS TV, mostrou dois barcos pesqueiros sendo flagrados por fiscais do Instituto Chico Mendes, responsáveis pelo controle da área de aproximadamente 18 hectares que compõe a reserva.

Quando seguiam num bote inflável até a Ilha do Arvoredo, a principal do arquipélago, os fiscais avistaram os barcos retirando as redes do mar dentro da área de preservação ambiental, criada em 1990 por decreto do governo federal. Desde então, estão proibidos a caça, a pesca e o mergulho na região.

O decreto protege o ecossistema costeiro na região, rico em corais e peixes, além das 22 espécies ameaçadas de extinção nas porções de terra. O acesso público à área foi proibido.

Os donos dos barcos foram multados em R$ 70 mil cada.

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Para a Federação de Pescadores, a lei é muito rigorosa e é possível pescar espécies migratórias, como corvinas, anchovas e tainhas, sem causar danos ambientais.

– Nós queremos liberar aquela região para a pesca migratória, principalmente a lula, que não é predatória. Eu acho que a categoria deveria ser ouvida para fazer com que aquela área seja liberada para (a pesca das) espécies migratórias – disse o presidente da Federação, Ivo da Silva.

A Federação já solicitou ao governo federal que a área passe da condição de reserva para parque ecológico, mas mesmo assim a pesca não seria permitida.

– A categoria parque não permite atividade de uso direto, que seria o caso, por exemplo, da pesca. Essa é uma atividade que não é permitida nesse tipo de unidade de conservação – disse o chefe da Reserva Biológica Marinha do Arvoredo, Leandro Zago.

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Fiscalização

Três funcionários do Instituto Chico Mendes são responsáveis pela fiscalização em toda a reserva. Desde o início do ano, 32 embarcações foram apreendidas em área de proteção ambiental, entre botes, canoas e lanchas. Junto com os barcos estavam estrelas-do-mar, conchas e restos de corais para comercialização.

Em julho deste ano, o governo federal publicou novo decreto com penas mais severas aos infratores ambientais. Agora, as multas variam de R$ 50 mil a R$ 50 milhões.

Segundo Leandro, a fiscalização será intensificada em 2009.

– A gente vai implantar uma base na Ilha do Arvoredo e aí ter uma presença 24 horas.