O Federal Reserve (Fed) não deve elevar as taxas de juros rápido demais, o que impediria a inflação de aumentar, nem muito lentamente, o que causaria uma aceleração muito veloz dela, disse o presidente do Banco Central dos Estados Unidos, Jerome Powell, nesta sexta-feira(6).

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“Aumentar as taxas muito lentamente forçaria uma postura de política monetária muito restritiva mais à frente, o que poderia comprometer o crescimento econômico. Mas aumentar as taxas muito rapidamente ampliaria o risco de que a inflação permanecesse abaixo de nossa meta de 2% por muito tempo”, disse Powell em um discurso no Chicago Economic Club.

“Nossa política gradual de elevar taxas é projetada para manter o equilíbrio entre esses dois riscos”, explicou.

O Fed elevou suas taxas básicas de juros em março em 0,25 ponto, a 1,75%, e os mercados financeiros em geral projetam dois novos aumentos este ano.

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No entanto, eles estão de olho no aumento dos salários, o que, em um contexto de desemprego muito baixo, poderia estimular pressões inflacionárias.

Powell disse que os indicadores atuais parecem apontar que “o mercado de trabalho está próximo da taxa máxima de emprego”, mesmo que eles também mostrem que ainda existe “uma pequena margem”.

“Minha opinião é que os números continuam mostrando uma ligação entre a situação geral do mercado de trabalho e a evolução da inflação ao longo do tempo. Embora esse vínculo tenha se enfraquecido nas últimas duas décadas, ele ainda persiste. E acho que ainda é significativo para a política monetária”, disse Powell, que assumiu o Fed em fevereiro.

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Os dados de emprego nos Estados Unidos em março foram publicados nesta sexta-feira, antes do discurso de Powell. Eles mostraram uma desaceleração na criação de postos de trabalho, com uma taxa de desemprego estável, de 4,1%.

Já os salários, por hora, subiram 0,3% em março, a uma média de 26,82 dólares a hora. Os salários cresceram 2,7% em um ano em relação a março de 2017, sugerindo um mercado de trabalho mais estreito.

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* AFP