O encontro dos três principais candidatos ao governo no Fecomércio, na manhã de terça-feira, para receber as principais reivindicações da entidade, foi uma boa oportunidade para observar diferenças ideológicas e de personalidade entre Décio Lima (PT), Gelson Merisio (PSD) e Mauro Mariani (MDB). Em muitos casos, são nuances a separar as candidaturas.

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A Fecomércio fez o dever de casa. Ouviu lideranças empresariais de Santa Catarina para apontar os principais focos de descontentamento em 25 itens divididos em oito grandes eixos temáticos. Levantou que as maiores preocupações estão na infraestrutura – e dentro desse tema, disparado, a segurança pública – e os sistemas legal e tributário.

Qualificado o debate, os candidatos puderam discutir com a plateia que foi à entidade sobre o futuro do Estado de olho em temas relevantes e que poucas vezes chegam ao horário eleitoral. Mariani e Merisio levaram seus estilos de campanha, que já vem sendo percebidos no horário eleitoral. O emedebista fala dos temas de forma ampla e em conceitos. O pessedista detalha e faz promessas. Rostos novos do partidos que governam o Estado desde a redemocratização, eles convergiram em diversos temas. Reagiram, por exemplo, à provocação do Bruno Breithaupt, presidente da Fecomércio, de que os candidatos deveriam ter metas percentuais para investimento. Conhecedores da máquina, Mariani e Merisio afirmaram que a gestão pública tem características diferentes de uma empresa – como as vinculações constitucionais – e que deve ser gerida de acordo com elas.

Na linha de anunciar ações de governo desde já, Merisio antecipou que se eleito seu secretário da Fazenda será Carlos Ziguelli, superintendente do Sebrae-SC – um indicativo de prioridade às pequenas e médias empresas. Os dois se comprometeram em não aumentar a carga tributária. Ambos também disseram que estarão na linha de frente da cobrança pelas obras federais em Santa Catarina, especialmente as que são vitais para o setor produtivo. Nesse caso, uma nuance. Mariani defendeu que a prioridade deve ser a ferrovia Norte-Sul, para garantir a vinda de insumos para a agroindústria no Oeste. Merisio acha que é desgaste de energia falar em ferrovias antes de duplicar as BRs 470 e 282.

Com figurino ideológico diferente do emedebista e do pessedista, Décio Lima manteve o tom ameno e diplomático que tem marcado sua campanha. O petista também de comprometeu a não aumentar impostos. Trouxe o tema para a seara de sua plataforma, ao criticar às “generosidades fiscais” e defender regras mais duras para benefícios e isenções de impostos. Décio saiu mais cedo do evento para poder encontrar o presidenciável Fernando Haddad (PT), que iniciaria por Itajaí seu roteiro em Santa Catarina.

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