A paralisação das atividades pela indústria CBRASA, de Seara, anunciada nesta semana, trouxe preocupação com relação às carcaças de animais que eram recolhidas pela empresa. Mensalmente eram 18 mil carcaças de animais mortos, em 75 municípios, segundo o diretor da empresa, Leonardo Biazus.
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— Estamos paralisando por 30 dias, pois estamos tendo prejuízo de R$ 85 mil por mês pois aguardamos uma autorização do Ministério da Agricultura para poder comercializar a ração produzida. Hoje estamos transformando a gordura em biodiesel mas a ração é vendida somente como adubo. Se pudéssemos exportar ganharíamos o dobro — disse Biazus.
Cerca de 30 funcionários estão em férias coletivas. O fechamento gerou preocupação de produtores, prefeitos e até deputado.
— As composteiras das propriedades não conseguem absorver o volume de animais mortos, esperamos que esse serviço volte logo — disse o presidente do núcleo regional de Seara da Associação Catarinense dos Criadores de Suínos (ACCS), Jacob Biondo.
O deputado estadual Mauro de Nadal (MDB), autor do projeto de lei que estabelece regras para a retirada e destinação adequada das carcaças em Santa Catarina, também manifestou preocupação.
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— Há dois anos e meio fizemos um projeto piloto em Santa Catarina mas que ainda não foi regulamentado em âmbito nacional. Esse serviço de recolhimento dos animais era muito importante para a sanidade e o meio ambiente. Somente em Cunha Porã morrem cerca de quatro vacas por dia, que terão que ser enterrados se não houver o recolhimento — disse.
De acordo com o deputado geralmente esse serviço é prestado pelas prefeituras e o recolhimento particular acaba sendo mais barato.
Ele teme que, sem a indústria, toda essa cadeia seja quebrada, com milhares de carcaças de animais tendo que ter outro destino. Além de enterrar outras alternativas são compostagem e incineração.
A Embrapa Suínos e Aves de Concórdia vem desenvolvendo pesquisas nessa área, testando as metodologias mais seguras e eficientes.
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