As duas mortes suspeitas de terem sido causadas por febre amarela em Santa Catarina só serão confirmadas ou descartadas em 20 dias, quando fica pronto o laudo que está sendo elaborado pela Fundação Oswaldo Cruz, de Curitiba. O laboratório é referência para o estado na identificação dessa doença.
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Uma das mortes foi de uma mulher moradora de Lageado Grande, no Oeste catarinense, que não teve a idade divulgada. A outra vítima era moradora de Gaspar, no Vale do Itajaí, e tinha 57 anos. Ambas não tinham se vacinado e viajaram para o estado de São Paulo no final do ano. Além desses casos, outros três permanecem em observação, todos na região Oeste. Amostras de sangue dos pacientes já foram coletadas e serão submetidas à análise nos próximos dias.
O diretor da Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina, Eduardo Macário, destaca que como nenhum dos casos foi contraído no Estado, o vírus não está circulando por aqui. No entanto, há uma lista de 162 cidades classificadas como Área com Recomendação de Vacina (ACVR) cujos moradores ou viajantes com destino a estes municípios devem fazer a imunização.
– Não temos nenhum caso autóctone, e até os que estão sob investigação, mesmo com a possibilidade de terem sido contraídos fora de SC, podem ser descartados. Mas a população de 9 meses a 59 anos precisa se vacinar se for passar pelas regiões Oeste, Planalto Serrano e Planalto Norte.
Um sinal de atenção importante é verificar se há ocorrência de epizootias – epidemias em animais. De 1º a 18 de janeiro, foram registradas quatro mortes de primatas em Santa Catarina. Os macacos não transmitem a doença, mas são sentinelas da febre amarela: como vivem no mesmo ambiente que os mosquitos transmissores em áreas silvestres, eles são os primeiros a adoecer e podem indicar a possível circulação do vírus na região.
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– Em Florianópolis há muitos saguis na mata nativa litorânea, e eles também devem ser observados. Se forem registradas mortes ou comportamentos suspeitos, as autoridades de saúde devem ser avisadas para que a investigação comece – diz Macário.
Os postos de saúde da Capital montaram um sistema especial para atender à população. Além do Hospital Universitário, locais onde há mais procura como os bairros do Centro, Trindade, Ingleses, Saco Grande, Coqueiros, Estreito, Campeche e Costeira têm a vacina disponibilizada diariamente. O abastecimento de doses é normal em todo o território catarinense.
Ouça a reportagem de Felipe Reis, para a CBN Diário: