Santa Catarina registrou 17 casos humanos de febre amarela em 2020. Destes, dois evoluíram para óbitos. As vítimas eram moradoras de Camboriú e Indaial. As mortes em razão da doença aumentaram ainda entre os macacos, animais que alertam para a circulação do vírus. Em comparação com 2019, o crescimento foi de 1.500%, o que representa um total de óbitos quase 16 vezes maior.

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O número de mortes em humanos se manteve igual se comparado com 2019, quando dois homens — de Joinville e Itaiópolis — morreram. Em relação aos macacos, o número de óbitos passou de oito no ano passado para 127 em 2020. O caso mais recente foi o de um bugio em Abelardo Luz, no Oeste do Estado, no final de novembro.

— Esse número é muito maior do que o que foi encontrado em 2019 e mostra a situação viral aqui em Santa Catarina. E mais ainda, como a gente se aproxima do período sazonal, isso agora em novembro e dezembro, e se estende nos próximos meses, sinaliza que novamente nós vamos ter o vírus circulando aqui no Estado e possivelmente afetando áreas novas como é a questão do Oeste — explica o gerente de zoonoses da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive/SC), João Fuck. 

De acordo com a Dive, a melhor maneira de prevenir a febre amarela é pela vacinação. Santa Catarina é área de recomendação para vacinação desde o segundo semestre de 2018, mas a cobertura está abaixo da meta. O ideal é que 95% do público-alvo seja imunizado. Atualmente, a cobertura vacinal do Estado está em 70,67%.

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A vacina deve ser tomada principalmente por moradores de municípios onde já ocorreram notificações de macacos mortos ou doentes, assim como a confirmação da circulação viral nestes locais.

A febre amarela é uma doença grave, transmitida por mosquitos em áreas silvestres e próximas de matas. Os macacos sinalizam a circulação do vírus da febre amarela porque vivem no mesmo ambiente que o mosquito transmissor da doença e são os primeiros a adoecer. A morte ou o adoecimento dos primatas é um alerta para os gestores e profissionais de saúde adotarem medidas de prevenção, uma vez que a doença nestes animais precede os casos humanos. 

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