Uma corrente de fé e esperança une amigos e familiares do jornalista de Blumenau Vilmar Minozzo, de 54 anos. Internado há exatos 68 dias para tratar a Covid-19, o homem de voz marcante do rádio e da televisão trava uma batalha pela vida. Um boletim diário no grupo de profissionais da imprensa traz o quadro atual do gaúcho natural de Nova Prata que chegou ao Vale do Itajaí em 1985. A cada mensagem, os desejos coletivos de força ao colega de microfone.

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Minozzo seguia a rotina de trabalho normalmente, na Rádio CBN e na TV Legislativa, quando teve os primeiros sintomas da contaminação pelo coronavírus, em 13 de março. A partir daí a doença avançou rapidamente.

Ele deu entrada no Hospital Santa Catarina uma semana depois e logo foi para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e precisou ser intubado. Leomir é quem tem contato todos os dias com os médicos para saber o quadro de saúde do irmão.

Ele conta que a Covid-19 comprometeu 95% do pulmão do caçula. Além disso, afetou os rins e agora exige hemodiálise. Também foram necessárias duas cirurgias ao longo dos últimos meses para drenagem da face por causa de quadros de sinusite. A musculatura perdeu força, e o radialista não mexia nem os dedos. O quadro chegou ao estado crítico e assustou.

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— Ele ficou muito tempo em estado gravíssimo, especialmente na Semana Santa. Ele teve úlcera, teve hemorragia, precisou de muita transfusão de sangue, teve várias infecções, febre. Mas agora está melhorando. Está movimentando os braços, as mãos, coisa que lá atrás não movimentava sequer um sinal do dedinho. […] Está recuperando a consciência também, já consegue entender, se comunicar — relata Leomir.

No dia 8 de abril, Minozzo saiu da UTI Covid e foi transferido à UTI geral. Sem transmitir mais o vírus, passou a receber visita de amigos e da família. Mas a infecção por uma bactéria, diagnosticada no último sábado (22), o colocou novamente em isolamento. A grande surpresa veio na tarde desta quinta-feira (27).

Minozzo é gaúcho e tem o Grêmio como time do coração
Minozzo é gaúcho e tem o Grêmio como time do coração (Foto: Arquivo pessoal, Reprodução)

Um dia marcante

Uma videochamada através do grupo do WhatsApp da família. Até dona Ana Maria, de 80 anos, participou. Ela não via o filho desde a internação.

— Reuniu a mãe, os cinco irmãos, a esposa e também um sobrinho-neto. Foi bem surpreendente. Ele sorriu bastante, fez várias vezes sinal de positivo, juntou as duas mãos em sinal de agradecimento e esperança. Tentou falar, mas a gente não conseguia fazer a leitura labial. Uma e outra vez conseguimos interpretar o que ele estava falando. Por causa da traqueostomia, não sai a voz dele — conta o irmão.

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Ainda não há previsão de quando Minozzo deve deixar a UTI e voltar para casa, onde a esposa Mara Lucia o espera. Após tratar a bactéria que o afeta atualmente, ele precisa ainda responder bem ao processo de desmame do oxigênio. Mas as orações são para que a alta ocorra o mais rápido do possível.

– A gente está muito otimista, com esperança, acreditando sempre, orando o tempo todo. Fazemos novena todo dia com a família virtualmente às 21h30. E também tem essa corrente de orações que se formou no entorno dele, muitos amigos, colegas de imprensa, ouvintes, muita gente que nem conhece ele, mas está orando, com energia positiva para se recuperar — diz Leomir.

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