“Não há novidade na história, o que muda a cada ano é o ponto de vista”, conta o diretor da peça Paixão e Morte de um Homem Livre, em Guabiruba, que será apresentada nesta quinta e sexta-feira e tem Francisco Cuoco no elenco – ao lado de 400 integrantes da comunidade. Marcelo Carminati acompanha a peça desde a década de 1980 e foi um dos responsáveis por resgatar em 1986 a encenação, quando pouco mais de 20 voluntários interpretavam a Paixão de Cristo.

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Em três décadas ele testemunhou o evento crescer e se consolidar conquistando cada vez mais pessoas vindas de diversas cidades do Estado para acompanhar o momento de fé em Guabiruba:

– Ficamos surpresos quando tivemos 4,3 mil ingressos do espetáculo de sexta-feira vendidos em três semanas. A gente vê que não são só pessoas de Guabiruba e Brusque, mas excursões de Luis Alves, Ibirama, Florianópolis e Joinville. Todos estão reconhecendo o nosso trabalho – menciona o atual diretor da peça.

O espetáculo que nasceu em 1981 como musical era encenado por grupos de jovens da cidade e passou a ser apresentado na capela do bairro São Pedro, nas escadarias do salão comunitário, até que tomou as ruas da cidade – com pouco mais de 18 mil habitantes. Há 20 anos, em 1997, ganhou casa fixa, o pátio da capela São Cristóvão, no bairro Aymoré. O local permite a instalação de palcos e passarelas usados durante o espetáculo, além de acomodação para público, que também cresceu nestas três décadas.

Capela adaptou espaço para acomodar melhor o público

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– Priorizamos a comunidade. Sem a participação dela nada seria possível. Temos equipes que trabalham durante todo o ano para que dê tudo certo no dia da apresentação. Muita gente abraça a causa – aponta o diretor Marcelo Carminati.

Marcelo Nascimento, atual presidente da Associação Artístico Cultural São Pedro, credita o crescimento não apenas à divulgação na região, mas à força religiosa presente em todo o Vale:

– O catolicismo e o envolvimento da comunidade com o catolicismo é muito grande. O espetáculo saiu da igreja e foi para um espaço maior, por conta da participação de conhecidos e familiares. Foi para ter um espaço maior para aconchegar o público que sempre está com a gente que mudamos e crescemos – conta o professor, que pela primeira vez em 20 anos não está no elenco da peça.

Neste ano o ator Francisco Cuoco foi convidado para fazer parte da encenação. Ele vai interpretar o sacerdote Neftali – o diretor da peça conta que o global tem sido bastante solícito e atencioso.

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– Gravamos os áudios do espetáculo com antecedência e, antes da gravação dele, ele me ligou interessado na melhor forma de fazer o papel e a ideia que tínhamos para o personagem. Foi muito bacana esse interesse dele. Aliás, a fala dele ficou emocionante, é de arrepiar. Ele é um grande profissional – finaliza.