Dois jovens brancos caminham na mesma direção, a poucos metros de distância um do outro, na calçada onde ocorreram as explosões de segunda-feira, em Boston. Ambos usam boné e carregam mochilas pretas da cor dos pedaços de nylon encontrados ao lado das peças supostamente usadas para fazer a bomba. Assim, os dois suspeitos de terem provocado o atentado que matou três pessoas e feriu 178 na linha de chegada da tradicional Maratona de Boston, agem, conforme imagens de vídeo divulgadas ontem pelo FBI (a polícia federal americana).
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– Estamos contando com a ajuda do público para identificar os dois suspeitos – declarou o agente especial encarregado do escritório do FBI em Boston, Richard DesLauriers, em entrevista coletiva ontem à tarde.
Os vídeos foram exibidos por DesLauriers e lançados no site oficial do FBI em busca de pistas que possam levar à identificação e localização de ambos. O site bostonmarathontips.fbi.gov foi criado para receber mais imagens e outras pistas.
– Nenhuma informação, por menor que seja, é insignificante para ser investigada por nós. (…) Alguém lá fora conhece estes indivíduos – reforçou DesLauriers.
O FBI classificou a dupla como perigosa. Disse que os suspeitos podem estar armados e ressaltou que “ninguém deve se aproximar deles por conta própria”. O homem de boné branco, segundo os policiais, deixou uma mochila na calçada.
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Nos últimos dias, os investigadores analisaram vídeos produzidos por câmeras de segurança de lojas próximas à cena dos crimes, gravações feitas pela população com smartphones e também registros captados por equipes de televisão.
Pistas erradas geram confusão
A profusão de imagens gerou confusões. Ontem, o jornal The New York Post publicou equivocadamente uma foto de um adolescente circulada em vermelho identificando-o como suspeito. Ele procurou a polícia e o veículo de comunicação para dizer que era apenas um espectador.
Diante dessa e de outras informações desencontradas, o FBI frisou que os vídeos divulgados ontem são os únicos que o órgão autoriza a serem atribuídos a suspeitos.
Agências de notícias e jornais americanos afirmaram que houve discordância entre as autoridades envolvidas no caso sobre se as imagens deveriam ser divulgadas.
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Segundo DesLauriers, inicialmente as investigações levaram a uma pessoa destacada nos vídeos, mas não se sabia se estava sozinha. Depois, foi possível localizar nas imagens o segundo homem.
Em audiência no Senado na manhã de ontem, o diretor de inteligência nacional, James R. Clapper Jr., reafirmou que as autoridades ainda não sabem se os ataques foram provocados por americanos ou por estrangeiros, por um grupo ou por indivíduos independentes.