Passados 12 dias do desaparecimento do avião da Malaysia Airlines, um simulador de voo caseiro, apreendido no fim de semana na casa do piloto Zaharie Ahmand Shah é um dos poucos achados no escrutínio da vida das 239 pessoas a bordo.

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Parte dos dados foi deletada deste equipamento no dia 3 de fevereiro.

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O simulador está sendo analisado em conjunto com agentes do FBI, a polícia federal americana. A máquina foi construída por Shah, que é descrito por amigos como um aficionado por voar. Ele tinha mais de 18 mil horas de voo na Malaysia.

– Alguns dados foram deletados do simulador. Os nossos esforços agora são para recuperar essas informações – disse Hishammuddin Hussein, ministro da Defesa, em entrevista coletiva em Kuala Lumpur.

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A existência do equipamento, porém, não era nenhum segredo. Em uma conta no YouTube, o piloto costuma divulgar vídeos nos quais pode ser visto em frente ao simulador ensinando até questões triviais como economizar energia de um ar condicionado.

Veterano nos ares, Shah era certificado pelo Departamento de Avição Civil da Malásia para conduzir testes para pilotos, segundo a agência Reuters. Ele também já postou fotos de outros pilotos manuseando o simulador.

Na entrevista, as autoridades malaias ressaltaram que o piloto e a toda a tripulação permanecem inocentes até que se prove o contrário. O chefe de polícia da Malásia, Khalid Abu Bakar, não comentou se a exclusão do arquivos pode ser considerada suspeita.

A polícia investiga também se o copiloto, Fariq Abdul Hamid, teria motivo para planejar a sabotagem do voo. É dele a voz que diz “tudo bem, boa noite”, a última mensagem gravada.

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As autoridades afirmam desde sábado que a hipótese mais provável é de que o aeronave tenha sido desviada intencionalmente da rota no dia 8 de março (dia 7 no Brasil) por alguém com experiência em aviação.

Segundo a rede CNN, citando peritos não identificados, as coordenadas do voo foram alteradas pelo menos 12 minutos antes do “boa noite”. Dois minutos depois, o transponder – que emite dados sobre o voo – foi desligado e desapareceu dos radares civis. O avião teria, então voado por mais sete horas.

Alguns especialistas ponderam, no entanto, que o trajeto pode ter sido reprogramado como alternativa em caso de emergência.

Terrorista, suicida ou herói?

Uma nova teoria – além de sequestro, suicídio do piloto, terrorismo, explosão (abdução, abate em voo e outras mais) – tornou-se popular na internet a partir de uma análise de um piloto veterano ouvido pela CNN. Chris Goodfellow diz que é possível que a aeronave estivesse em chamas, e o piloto, em uma atitude heróica, pode ter voado a uma altura muito elevada, 45 mil pés, na tentativa de sufocar as flamas com o ar rarefeito.

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O fogo teria derretido equipamentos, liberado gás cianeto e deixado todos inconscientes. E a aeronave teria voado até terminar o combustível. Ontem, especialistas duvidaram que todo o sistema pudesse ser afetado ao mesmo tempo, e o avião não cair.

Sinais captados por radares e satélites tornam gigante a área de buscas

Sábado, 8 de março (sexta-feira, em Brasília)

0h41min

– Decola do aeroporto internacional de Kuala Lumpur rumo a Pequim.

01h07min

– O ACARS (Aircraft Communications Addressing and Reporting System) – que transmite dados chave da posição e estado dos motores do avião – faz a transmissão final antes de ser manualmente desligado na cabine.

01h19min

– Na última comunicação por rádio, o copiloto diz: “Tudo bem, boa noite”

01h21

– O transponder do avião – que identifica a aeronave, localização e altitude – é desligado. Última posição confirmada do MH 370 em radar civil é a uma altitude de 35 mil pés. Nesse momento, um radar da Tailândia também captou um sinal não identificado, que voava a direção sudoeste, sentido oposto da trajetória.

01h30min

– Radar malaio mostra o avião virar abruptamente para o oeste e subir a 45 mil pés. O avião desce, em seguida, a 29 mil pés.

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2h15min

– Última detecção do MH 370 rumo a noroeste. Rota iria levá-lo para o campo de radar indiano, mas não há registro dele.

08h11min:

– Última comunicação de satélite possibilita colocar o avião em qualquer lugar em dois grandes arcos – até a Ásia central, e na direção da Austrália.