Está mais que na cara. Recuperar a Seleção Brasileira não é uma tarefa simples, nem a ser executada a curto prazo. É preciso recuperar as bases moral, material e organizacional à disposição de qualquer comissão técnica que se disponha a encarar a empreitada. No quesito moral, é imperativo que a Confederação Brasileira de Futebol volte a ter credibilidade comercial (um presidente sem máculas e parceiros ilibados), idoneidade jurídica (um Tribunal de Justiça coerente, duro e ágil) e palavra confiável, para retomar a obediência e respeito dos clubes e torcedores. Na área humana – o material de trabalho de qualquer Seleção -, há que se equacionar esta relação louca e desequilibrada de exportação de atletas, que impede a formação de uma base. Ou o Brasil usa seus craques do exterior com critério, ou desgasta a imagem dele – país – e deles – jogadores – em partidas que só valem para o patrocinador e, quando precisa de rendimento, não conta com os atletas para os jogos importantes. Na questão organizacional, a coisa é simples. Elaborar e respeitar um calendário rígido foi promessa feita pela CBF para este ano. Já não foi cumprida, é claro. Paralelo às datas, a elaboração de campeonatos coerentes, com um número de clubes adequado e rebaixamento respeitado. É pedir muito? Limão e limonada Mas como o problema da Seleção Brasileira é imediato, exige soluções rápidas, é possível tomar medidas emergenciais. Leão caiu porque não as tomou. Felipão, ao que tudo indica, está mais qualificado para tomar tais medidas. A primeira: não costuma levar ninguém para compadre, o que pode facilitar neste momento. Não vai ouvir daqui e de lá. O risco: deteriorar rapidamente o relacionamento com Antônio Lopes. A segunda: formar um time, não uma Seleção, e isto ele sabe bem, mesclando jogadores medianos que permitem aos de melhor qualidade despontar. O risco: maus resultados que tirem a paciência, já estourada, do torcedor. Terceira: encontrar motivação, e este talvez seja um fator que o Felipão domine melhor. Com ele joga, ou cai fora. Quarta: a escolha certa dos convocados. Daquela coisa horrorosa que representou o Brasil na Austrália, sobra o Fábio Rochemback e o Lúcio. E olhe lá. Eterno namoro São 80 anos de glórias. O Figueirense, no Dia dos Namorados, reforça esta paixão com a nação alvinegra em um jantar festivo no Clube 6 de janeiro. Lá estaremos para compartilhar um pouco deste orgulho. Do Estreito, emana uma força que, mais cedo ou mais tarde, vai brilhar em nível nacional. Sei que vou arrumar confusão, mas preciso registrar a frase: a maior e mais fiel torcida do Estado está em festa. Humberto Ramos O treinador Humberto Ramos deixou boa impressão em sua passagem pelos gramados catarinenses. É uma escolha correta do Avaí. Mas a idéia que se deixou transparecer na Ressacada é a de que a direção ficou com o nome que restou, após tentar, sem sucesso, vários outros. Deveria, o azurra, adotar outra estratégia ao anunciar o nome, do contrário enfraquece o contratado antes de sua chegada. Raça e gol Alex Raça está de volta ao Avaí. É o tipo de contratação que não tem erro. Experiente, mas ainda com vigor físico, é o tipo de atleta que contribui para o grupo. Chega para ser titular, não é subserviente, é bom caráter e conhece o que faz. Sozinho, não vai resolver nada. Mas inserido num bom grupo, faz a diferença. O azurra ainda precisa de muitos acertos no caminho da formação do time, que já começou tarde, mas pelo menos deu a largada com um nome bem-vindo. E no Figueira, Genílson dispensa comentários. Também experiente, fez a alegria da torcida. E o futebol? O que a revista Contigo! tem a ver com futebol? Quase nada, é verdade. Mas quando o craque (ou seria ex?) Ronaldinho – o da Inter – vira reportagem de capa, sob a manchete “Ronaldinho flagrado com uma ?amiga?”, atinge em cheio o mundo da bola. O menino milionário é flagrado em fotos enamorado de uma linda morena, no iate Allegra, em Saint-Tropez, enquanto, no Rio de Janeiro, sua esposa Milene faz compras para o filhinho Ronald, de um ano. Muitos dirão: “Se jogar bem, não interessa o que faz fora de campo, isso é da conta dele”. Concordo, mas duvido que as atitudes fora de campo não se reflitam no desempenho, ainda mais para alguém supostamente em recuperação de uma grave lesão, que já dura mais de um ano. Sem contar a pressão, já que não se trata do retorno de um João-ninguém, mas de um dos considerados melhores jogadores do mundo. Com Paris aos seus pés Na Basílica de Sacre Couer, em Paris, Guga Kuerten beija a taça que representa sua conquista definitiva da Cidade-Luz. Um feito tão grande quanto a beleza e o charme de uma das cidades mais lindas e culturais do mundo. O gesto do beijo diz tudo: um caso de amor, no cenário perfeito.
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