Mais importante – e complicado – do que chegar na elite do futebol brasileiro é conseguir se manter nela. Para isso, é necessário uma gestão esportiva que preveja estruturação e não apenas a montagem de elencos. Embora as receitas com patrocínios e licenciamento no futebol estejam crescendo, o mercado brasileiro ainda tem visão limitada do potencial para ampliação de receita, segundo o consultor de marketing e gestão esportiva Amir Somoggi.
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O desafio dos times catarinenses para 2015, com quatro clubes na Série A – Avaí, Chapecoense, Figueirense e Joinville – é achar investimentos para que todos possam coexistir no alto nível do futebol nacional.
– Por serem bem distribuídos pelo Estado, é complicado pensar em um trabalho conjunto dos clubes. Mas cada um em sua região pode aproveitar muito. SC tem um PIB maior que algumas regiões do Brasil e hoje consegue ter esse resultado no futebol, isso só pode ser resultado da gestão – analisa.
O caminho para maiores investimentos está atrelado ao trabalho com os sócios, o que dá mais força para o clube negociar as cotas de televisão, de onde vêm boa parte da renda.
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– Infelizmente aqui no Brasil temos esse modelo desigual da cota de televisão. Por isso, os clubes menores não podem ficar dependentes só deste meio e de sócios, eles têm que ter ações de marketing para aumentar o faturamento – orienta Somoggi.
Para o jornalista e professor universitário especialista em marketing esportivo Anderson Gurgel, o interesse em fazer diferente tem que ser um mantra dos clubes catarinenses. As cotas de televisão dificilmente serão aumentadas porque Santa Catarina tem mais representantes na elite do futebol brasileiro. Deve haver uma busca por novas estratégias.
– Quem está chegando tem que se posicionar de modo diferente. Tem que cativar o torcedor – analisa.
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Ele afirma que o Brasil como um todo precisa aprender a inovar e cita a Copa do Mundo disputada no país como exemplo de oportunidade desperdiçada.
– Se hoje se colhe um fruto x, poderia ter se colhido um fruto 10x. O produto Copa no Brasil poderia ter sido melhor explorado. Se você tem uma Arena incrível em Natal (RN) ela poderia estar ligada a eventos de turismo, por exemplo – avalia.
Projeção de marca aumenta conforme o futebol
Com quatro times na Série A, 2015 será um ano de mais visibilidade para o futebol de Santa Catarina.
– O Estado se destacou em todos os campos da economia, durante anos foi reconhecido como um forte polo industrial. Depois, como um próspero polo tecnológico e um dos Estados com o melhor índice educacional. Agora também desponta com destaque no futebol – comemora o presidente da Liderança, empresa patrocinadora de Avaí e Figueirense.
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O diretor de marketing da Taschibra, que patrocina Figueirense, Criciúma e Metropolitano, Alexandre Felippi, afirma que a empresa queria a expansão da marca e para isso apoiou o futebol.
– No Brasil o futebol tem um grande retorno de mídia – diz.
O presidente da Romaço, empresa patrocinadora do JEC, campeão da Segunda Divisão em 2014, Jony Stassun, diz que os empresários devem enxergar o apoio aos clubes como um investimento a longo prazo.
Algumas marcas começam a colher os frutos do investimento agora. A Aurora Alimentos, por exemplo, patrocina a Chapecoense desde que o clube estava na Série D do Brasileiro. No início era um apoio a um clube localizado na região da empresa, hoje é uma forma de expandir a marca.
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– Agora, com o clube na Série A, estamos sendo vistos por todo o Brasil. Com a goleada sobre o Inter (por 5 a 0, na Arena Condá, pela 27a rodada do Brasileiro ), o time virou notícia internacional e nossa marca apareceu junto – diz o presidente da Aurora, Mário Lanznaster.