A glória dos títulos ficará para sempre marcada na memória. Cada gol marcado, cada assistência cedida às colegas de equipe e cada taça erguida, seja com a camisa de um clube ou com a da Seleção Brasileira, estarão para sempre na memória de Eduarda Amorim. 

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A blumenauense é um dos principais nomes da história do handebol mundial. O reconhecimento do público pelos feitos dela veio na última semana. A filha da Dona Olívia e do Seu Antônio foi eleita a melhor jogadora da última década, em votação popular no site Handeball Planet, um dos mais importantes na modalidade.

– Sempre lutei muito para estar no topo e me manter. Ser eleita a melhor da década mostra que consegui fazer isso. Mantive um nível durante esse tempo todo. É muito bom ser reconhecida. Um prêmio desse só me faz olhar pra trás e ver a minha carreira, que foi muito especial, foi muito linda, que todo esforço e sacrifício valeram a pena – comentou a jogadora, em entrevista exclusiva à reportagem.

Assista è entrevista exclusiva com Duda Amorim

Duda é o maior nome da modalidade no país. Atua há mais de 15 anos na Europa, tendo passado pela Macedônia antes de se transferir para a Hungria, para vestir a camisa do Györ Eto KC. 

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Para quem não acompanha a modalidade, o clube húngaro é uma espécie de Real Madrid do handebol feminino: reúne as principais jogadoras do mundo e conquistou cinco dos últimos sete títulos da Liga dos Campeões da Europa (2013, 2014, 2017, 2018 e 2019).

Mas nem só de glórias vive um atleta. No ano seguinte, ao título de melhor atleta do mundo, Duda enfrentou uma dos piores momentos da carreira. Uma lesão no joelho esquerdo, em 2015, a tirou das quadras por sete meses e, segundo a própria Duda, a transformou em uma pessoa melhor.

– Foi um momento muito difícil, mas que também me trouxe mais aprendizado, tanto na minha parte física, quanto da minha parte mental. Eu tinha mentalidade que quando eu jogava bem, estava feliz, e quando jogava mal, eu estava mal. E a lesão me ensinou que sou muito mais do que uma atleta de handebol. Fiquei muito tempo sem jogar, mas me mudou como pessoa e até me tornei mais confiante depois dessa lesão – relembra a atleta.

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Na mesma votação, Duda foi considerada também a melhor defensora dos últimos dez anos (Foto: Abelardo Mendes Jr, Agência Brasil)

Aos 34 anos, aproxima-se da aposentadoria. A Olimpíada de Tóquio, marcada para ser disputada entre o fim de julho e o início de agosto, deve ser o último desafio com a camisa do Brasil. Ciente das dificuldades, vai em busca da única medalhas que não tem. 

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Em meio às indefinições sobre a disputa dos jogos, mantém o foco na competição. Ao mesmo tempo, sabe que esta será a última vez que ela e outros nomes da geração campeã do mundo vestirão a camisa verde-amarela, pondo fim a um ciclo de conquistas e reconhecimento do handebol brasileiro.

– Falta ambição e planejamento a longo prazo, não só para a Seleção principal, mas também para as categorias de base. A gente tem material humano, tem jogadora de qualidade, mas a gente precisa de uma estrutura melhor – comenta a atleta.

> Sob o comando de Duda Amorim, Brasil é campeão Mundial de handebol

Fora de quadra, Duda prepara-se para a nova vida depois do término da vitoriosa carreira. Está terminando o mestrado em gestão do esporte e pretende seguir na Europa, para atuar como dirigente. Depois, espera iniciar um projeto adiado há alguns anos por conta da carreira: ser mamãe.

Até lá, os fãs do handebol no Brasil e no mundo ainda têm alguns meses para vibrar com os gols, assistências e defesas da camisa 18.

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