O desempenho positivo na venda, principalmente, de produtos de metal, impulsionou mais um resultado positivo no saldo do faturamento da indústria de Santa Catarina. As vendas neste ano, no total acumulado, já somam alta de 6,3%, mostram dados da Federação das Indústrias do Estado (Fiesc), divulgados nesta semana. Conforme a pesquisa, que leva em consideração os dados até maio, os maiores crescimentos estão em produtos de metal (20,8%), informática e eletrônicos (19,3%) e em veículos, reboques e carroceria (13,6%).
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— Quando a gente considera a economia do Brasil da forma que ela está evoluindo, é um número positivo. O Brasil está com um número inferior ao nosso, de 1,6%, então, nesse contexto, ainda sem as reformas, pedalando na recuperação econômica como um todo, os números de Santa Catarina para produção e vendas industriais são positivos, sim. O Estado até tem conseguido escoar mais a produção e isso está relacionado a diversificação e participação no mercado externo — explica o economista do Observatório da Fiesc, Henrique Reichert.
Crescimento também em maio
Em maio, o faturamento real também registrou crescimento, até superior ao acumulado, de 6,4% em relação ao mês anterior, abril. Sem a influência sazonal, a variação é de 4,1%. Já em comparação com o mesmo mês do ano passado, há um crescimento de 26%. Segundo a Fiesc, o crescimento se justifica por conta do efeito negativo da greve dos caminhoneiros em 2018.
Das 14 atividades pesquisadas, todas tiveram acréscimo neste comparativo, sendo as maiores variações positivas observadas em produtos de madeira (55,5%), produtos de metal (40,3%) e em máquinas, aparelhos e materiais elétricos (38,4%). Entre as menores taxas estão as atividades de metalurgia (4,6%), vestuário e acessórios (8,7%) e veículos, reboques e carroceria (11,3%).
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— Essa avaliação, que pegou de janeiro a maio, vai reduzir nos próximos meses, pois também compara com maio de 2018, que foi quando teve a greve dos caminhoneiros. A variação estava em até 3%, agora subiu por conta da sazonalidade, mas em em junho já deve haver redução do crescimento — projeta Reichert.
Horas trabalhadas registra variação positiva
Assim como o total de faturamento, o número de horas trabalhadas foi outro indicador com variação positiva, registrando acréscimo de 0,23% em relação ao mês anterior. No acumulado do ano a variação é de 1,6%. Já na comparação a maio de 2018, houve incremento de 4,4%.
Neste quesito, a ampliação é observada em 13 dos 14 setores avaliados pela Fiesc. Os destaques ficaram com vestuário e acessórios (15,9%) e em metalurgia (14,8%). Na via contrária, observa-se queda nos segmentos de veículos, reboques e carroceria (-13,7%), minerais não metálicos (-3,3%) e produtos têxteis (0,1%).
Demais indicadores registram queda ou estabilidade
A utilização da capacidade instalada mostrou uma variação de -0,4 pontos percentuais em relação a abril. Com o componente sazonal, a mudança foi de 0,3 pontos. Já em relação ao mesmo mês de 2018, houve crescimento de 0,9 p.p. Entre os destaque estão as atividades de metalurgia (16,1 p.p.), minerais não metálicos (10,8 p.p.) e informática e eletrônicos (7,8 p.p.). Já entre os desempenhos mais fracos estão os setores de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-18 p.p.) e produtos de Metal (-7,3 p.p.).
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Já na análise de massa salarial, na comparação entre maio e abril, houve queda de -0,5%, valor superior ao observado para a variável sem a influência sazonal (que mostra redução de -0,8%). Na comparação do mesmo mês do ano anterior, a ampliação é de 3,1%. Na análise da Fiesc, este resultado foi impactado pelo avanço de 10 dos 14 setores avaliados pela federação.
Em relação ao índice que mostra a movimentação de pessoal empregado, entre abril e maio, houve avanço do indicador dessazonalizado de apenas 0,03% — enquanto que, para a série original, ocorre redução de 0,05%. No comparativo com o mesmo mês de 2018, a variável mostra aumento de 1,8%.
Apesar de alguns indicadores em baixa, o economista do Observatório da Fiesc, Henrique Reichert, acredita que o ano deve fechar positivo e ainda com margem para crescimento, apesar de que deve ocorrer baixa nos investimentos por consequência da queda da confiança dos empresários:
— No começo do ano havia a euforia pelas reformas políticas, que eram para ter sido efetuadas em período curto, mas como demoraram, as expectativas reduziram. Ainda assim, os níveis de confiança estão acima da media dos últimos anos e (as vendas) devem seguir com evolução, ficando em cerca de 3%, mantendo o ritmo.
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Variação do faturamento real em 2019 por setor (em %)
Produtos de metal = 20,76
Informática e eletrônicos = 19,34
Veículos, reboques e carroceria = 13,63
Produtos de madeira = 12,50
Móveis = 12,23
Máquinas, aparelhos e materiais elétricos = 8,83
Produtos alimentícios = 7,42
Indústria da transformação = 6,31
Minerais não metálicos = 4,42
Borracha e material plástico = 4,41
Produtos têxteis = 3,19
Máquinas e equipamentos = 2,99
Metalurgia = 2,90
Celulose e papel = 0,12
Vestuário e acessórios = -3,94
Fonte: Fiesc