Fãs fazem festa na chegada de Diego Hypólito a Blumenau

O semblante de quem não acreditava no que via, com olhos vidrados em direção à quadra do Ginásio Galegão, só mudou quando Guilherme Henrique Kowalsczyk, 11 anos, resolveu falar ao celular.

– Mãe, o Diego está na minha frente. Já tirei foto com a Daniele e o Mosiah – contou.

O menino, de 11 anos, estava acompanhado do irmão Leonardo, 10, e não quis esperar chegar em casa para contar à mãe, Luciana, que estava diante das estrelas da ginástica brasileira. Os irmãos Hypólito e Mosiah Rodrigues, citados no telefonema, são apenas alguns dos atletas que chegaram ontem a Blumenau para o Troféu Brasil e a primeira etapa do Circuito Caixa de Ginástica Artística e Rítmica.

– Isso é muito legal. Um dia quero ser igual ou melhor que o Diego – disse Leonardo.

Os irmãos são ginastas da Ablugo e foram acompanhar o primeiro treino ao lado de outros atletas da associação. A presença do evento em Blumenau provocou uma pausa nas atividades, antes diárias, não no aprendizado.

– É uma aula pra nós. Não é prática, mas podemos aprender assistindo – considerou Guilherme.

Diego, que concedeu entrevista coletiva logo que chegou à cidade ao lado de outros grandes nomes da modalidade, gostou da receptividade e espera que o público vá em peso ao Galegão para acompanhar a competição, sexta-feira e sábado.

– Estou muito contente de estar aqui. Fui recebido com um carinho enorme e isso mostra que a ginástica começou a percorrer o Brasil – afirmou.

Quem não quiser esperar até lá, pode conferir os treinos desta quinta, com entrada franca. Sexta e sábado, o ingresso é um quilo de alimento não-perecível.

Diego Hypólito vai testar série olímpica

Diego Hypólito prefere falar de Olimpíadas se o assunto for a próxima (Londres 2012), e não a última (Pequim 2008). Ano passado, ele era a aposta de ouro para o Brasil quando sofreu uma queda no final da prova do solo e voltou para casa sem a medalha. Agora, ele diz que pretende buscar medalhas no solo e no salto, na próxima disputa, como forma de compensação.

– Falhei e pedi desculpas aos brasileiros, mas pretendo ir a mais duas Olimpíadas ainda e vou tentar compensar essa que não ganhei em Pequim – disse.

Este ano, ele já ganhou quatro ouros em Copas do Mundo, três no solo e uma no salto. Especialista no solo, o ginasta quer melhorar o desempenho no salto e, para isso, pretende estrear uma nova série, que será testada em Blumenau.

– Esse salto é muito mais complexo, mas quero melhorar minha nota de partida final. Vai ser um teste pra mim e espero acertar – afirmou.

Diego só não quis falar dos problemas enfrentados no Flamengo, de onde ameaçou sair devido à falta de apoio e atrasos no salário.

– Não quero ficar mastigando uma coisa que já está mais do que digerida – disse.