Quem mora ou estava visitando o Litoral Norte em janeiro teve a chance de conferir o último show da banda Charlie Brown Jr. com Chorão no comando. O músico, encontrado morto em São Paulo na madrugada de ontem, fez a última apresentação pública em janeiro, em Camboriú. Para alguns fãs, o músico deu sinais de que não estava bem psicologicamente.
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Quem confirmou que a apresentação no dia 26 de janeiro foi a última da banda foi o baixista, Champignon em entrevista ao portal Terra durante a manhã de ontem. Na frente do prédio onde o colega morreu, na zona Oeste da capital paulista, o músico comentou que após o show a banda entrou em férias.
O show no Maria’s durou quase duas horas e teve casa lotada, com cerca de 4 mil pessoas. Apesar disso, muitos fãs saíram insatisfeitos. Chorão não estava em seu melhor dia. Arrumou briga e por inúmeras vezes disse que aquele poderia ser seu último show.
_ Parecia que ele estava prevendo alguma coisa, ele não estava nada bem _ conta Raphaely Lopes, 28 anos. Fã da banda desde a adolescência, a funcionária pública diz que chegou no trabalho na segunda-feira seguinte ao show reclamando. Para ela, o músico estava nitidamente perturbado.
_ Ele se declarou para o filho, para o Champignon (baixista da banda) e muitas vezes disse que era para aproveitar a noite porque poderia ser o último show dele _ diz. A jovem filmou algumas dessas declarações e, inclusive, uma discussão entre Chorão e um rapaz da plateia. Segundo ela, o músico chegou a querer descer para “sair no braço” com o fã.
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_ Sou fã desde que a banda começou, fui em um show em 2005 no Rio e fiquei bem decepcionada. João Pereira, 24 anos, foi com a noiva assistir ao show que, segundo ele, por pouco não ficou pela metade. O jovem diz que o músico parou várias vezes a apresentação.
_ Ele dizia que estava fazendo o show em respeito ao público, mas que estava tendo problemas pessoais. A todo o momento parecia que ele iria terminar o show.
A estimativa de público para aquele dia era de 4 mil pessoas, e a casa de shows estava lotada, segundo o gerente de produções Jesus Quevedo. Chorão estava tranquilo, assim como o clima entre os integrantes do grupo, o que nem sempre foi assim.
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Ao longo da trajetória da banda Chorão e o próprio Champignon tiveram desavenças e o baixista chegou a deixar o grupo. Também não eram incomuns as implicâncias de Chorão com alguns gêneros musicais e com os “playboys”. Por isso, puxar briga com alguém da plateia e falar palavrões a torto e a direito era até esperado.
_ Charlie Brown é sempre um imprevisto. O Chorão falava demais _ admite. Na metade do ano passado a banda já havia se apresentado no Maria’s e o show foi ainda mais conturbado. Quevedo mesmo disse que Chorão já não estava bem naquela ocasião.