A guerrilha comunista das Farc propôs nesta quinta-feira ao governo americano que encaminhe a um fundo para a construção da paz, na Colômbia, os recursos milionários que repassa anualmente a Bogotá a título de ajuda militar.

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As Farc, que negociam um acordo de paz com o governo colombiano em Havana desde o fim de 2012, propôs em outubro a criação de um Fundo Nacional, como parte de “dez propostas mínimas” para garantir o fim do conflito e nesta quinta-feira delineou os pilares para o seu financiamento.

“Será exigido ao governo dos Estados Unidos que os recursos destinados à chamada ajuda militar sejam redirecionados em sua totalidade a um Fundo” Nacional para o fim do conflito, a reconciliação e a construção da paz, destacou a guerrilha em um comunicado lido pelo membro de sua delegação de paz, Lucas Carvajal.

Através do Plano Colômbia, fortemente censurado pelas Farc, Washington desembolsou nos últimos 15 anos 8 bilhões de dólares em ajuda militar contra os grupos insurgentes e narcotraficantes no país sul-americano.

As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) também pediram ao governo do presidente Juan Manuel Santos para “redefinir a estrutura atual do gasto público (…), em particular do gasto em segurança e defesa”.

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“Durante os próximos cinco anos será reorientado ao Fundo o equivalente entre um ponto cinco e dois pontos do total do PIB atualmente destinado aos gastos em segurança e defesa”, acrescentou o texto.

Destacou que “em todo caso o montante anual que se define ao fundo não poderá ser inferior ao equivalente para quatro (4) pontos do PIB”.

A guerrilha sugeriu, entre outras medidas, que se eliminem “todas as isenções tributárias sobre grandes capitais” nacionais e estrangeiros no país e que estes paguem uma “contribuição especial para o financiamento do Fundo”, assim como a criação de “uma contribuição extraordinária por extração de recursos naturais mineiro-energéticos por grandes empresas”.

O conflito armado colombiano deixou em meio século 220.000 mortos e seis milhões de deslocados, segundo cifras oficiais.

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* AFP